A imprensa investiga e divulga, os atores políticos se negam a depor, caem em contradição, obstruem o trabalho da Justiça. Nessa espécie de teatro surrealista, cabe até presidente da República intimidando, constrangendo e tentando censurar e restringir o trabalho do STF e da Justiça. Um descalabro sem precendentes no Brasil democrático. A tentativa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de barrar o julgamento do caso “mensalão”, ao intimidar Gilmar Mendes, ministro do STF, veio a público.
Ficou claro que o governo do PT não compreende o sentido e a necessidade de independência dos três poderes da República. Essa discussão, que inclui questões éticas, Democracia e Estado de Direito, foi tema de um seminário hoje, na Câmara Municipal de São Paulo, que contou com um ato público.
Representantes de sindicatos e grupos jovens, organizações sociais que lutam pela transparência contra a corrupção, juristas, políticos e cidadãos paulistanos e compareceram ao evento. O deputado federal Walter Feldman questionou a legitimidade de um governo que constrange o líder da instância máxima do Judiciário. “O caso Cachoeira –cujo, advogado é o ex-ministro de Lula, Márcio Tomaz Bastos– é a continuação do mensalão”, disse.
O presidente do diretório municipal do PSDB citou o próprio Lula para criticá-lo. “Em 2011, Lula afirmou: ‘É preciso pensar um pouco no que está acontecendo com a juventude. É preciso repor as esperanças.’ Pelo que testemunhamos, nossas esperanças não virão a partir do exemplo do ex-presidente e de seu partido. Essa tarefa, de renovar esperanças, é de cada um e de todos nós que queremos uma juventude e um Brasil de caras limpas”, afirmou.
O vereador Floriano Pesaro fez um discurso inflamado e contundente, elencando os desmandos do PT no governo. “Será que eles vão contar esse triste e vergonhoso episódio da história do Brasil, em que um presidente intimida e tenta impedir a Justiça de cumprir seu trabalho, no Memorial à Democracia, do Instituto Lula?”, questionou.