O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15) surpreendeu em fevereiro ao registrar elevação acima do previsto, pressionado alta no custo de vida da população. Dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontaram que o IPCA-15 subiu 0,68% em fevereiro, acumulando alta de 6,18% em 12 meses.
Em matéria publicada no jornal Correio Braziliense, no dia 23, o economista-chefe do Banco ABC Brasil, Luís Otávio de Souza Leal, destaca que a redução no valor da energia elétrica evitou um desgaste ainda maior do governo, já que o custo de vida da população segue aumentando. Apesar de números nada animadores, o executivo preferiu fazer uma leitura otimista da situação, já que a alta poderia ser de 1,13%, caso não houvesse redução nas tarifas energéticas.
Para o senador Alvaro Dias (PSDB-PR), é preciso promover reformas reais e uma política macroeconômica que possa amenizar os impactos das crises, garantir o crescimento econômico, além de emprego e renda ao cidadão. “Desde o Plano Real, não há mudanças. Esse o governo do PT se apropriou dos resultados que a estabilidade trouxe, mas está acomodado. Quem mais sofre com esse cenário é a população que enfrenta diariamente os reajustes de preços”, avalia.
Previsões – O tucano critica também a postura de maquiar dados estatísticos. “O PT vem se tornando especialista em previsões que não se confirmam, e os deslizes do governo são um fardo que a população carrega há anos”. Com a ausência de uma política econômica eficiente, o governo prefere acreditar no imprevisível: uma safra recorde de alimentos. “O governo não tem como garantir que haverá condições favoráveis para que essas previsões se confirmem”, pondera.
Em entrevista à Agência Reuters, o economista da Claritas Investimentos, Felipe Carvalho acredita que a redução poderá não vir com a oferta maior de alimentos. “Ficar apostando em melhora de clima, melhora de safra, acho um pouco arriscado”, constata.