O candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, José Serra, participou de debate Estadão/TV Cultura/YouTube realizado na noite de segunda-feira, 17 de setembro. Ele respondeu a todas as perguntas, não se omitiu ao comentar as respostas dos outros candidatos (conforme a regra estabelecida pelo debate e assinada pelos representantes de todos os partidos), falou da sua trajetória política e apresentou propostas para a cidade.
“Eu comecei minha vida pública muito cedo, sempre com um propósito: servir ao próximo, misturando sonhos e esperanças”, disse Serra. “Ao longo desses anos sempre tive ficha limpa, passado limpo. De fato e de direito”, continuou.
O candidato encerrou sua participação dizendo que não está propondo projetos mirabolantes e enganações. “Cabeça no lugar, pé no chão e capacidade de fazer. Esse é meu propósito. Por isso eu quero muito ser prefeito na nossa cidade”, disse.
Serra destacou também que vai investir na expansão do ensino profissionalizante, construir mais 30 AMAs 24 Horas e enfrentar a questão da conservação das calçadas, entre outras propostas.
Calçadas
No início do debate, Serra apontou que as calçadas são um problema muito sério em São Paulo e precisam de uma ação determinada para resolver. Ao responder a pergunta de um morador do Butantã, na Zona Oeste, o candidato tucano explicou que apesar de a conservação da calçada ser responsabilidade do morador é possível avançar bastante nessa área.
“Eu creio que a Prefeitura deve assumir a construção de calçadas em certas circunstâncias”, disse. Segundo ele, é possível criar um programa que, em quatro anos, faça três mil quilômetros de calçadas “de uma forma econômica, descente e funcional”.
“Tem de ser algo prático, que possa melhorar a qualidade em nome não apenas de pessoas idosas, que são as que mais sofrem”, disse o candidato tucano.
Trabalho
José Serra perguntou ao candidato Paulinho da Força sobre as propostas do pedetista para a área do trabalho e destacou que quando foi prefeito, em 2005, criou “o Centro de Apoio ao Trabalhador, o CAT, que hoje tem 31 unidades e atende 4,6 milhões de pessoas”.
Serra lembrou ainda que implantou o Fundo de Apoio ao Trabalhador (FAT) e o Seguro-Desemprego. Ao comentar a resposta à sua pergunta, Serra destacou a necessidade de simplificar a legislação para instalação de empresas e diminuir a burocracia. “É importantíssima a área de treinamento e qualificação. No governo do Estado, com Alberto Goldman e Geraldo Alckmin, fizemos uma grande expansão do ensino técnico em São Paulo”, disse.
Serra destacou que vai investir ainda mais no ensino profissionalizante, lembrando que atualmente, durante o período noturno, já há “ensino técnico em metade dos CEUs”. “Vamos expandir o trabalho de qualificação, inclusive expandindo o EJA (Educação de Jovens e Adultos)”, concluiu.
Uso político
Perguntado pelo candidato do PT, Fernando Haddad, José Serra criticou a nomeação de Marta Suplicy para o Ministério da Cultura (MinC) como uma moeda de troca pelo fato de Lula ter barrado a ex-prefeita quando ela quis disputar a prefeitura de São Paulo nestas eleições. Serra classificou a nomeação ao MinC como uso da máquina pública para interesses privados, uma vez que a nomeação ocorreu para garantir o apoio de Marta à candidatura de Haddad. “Trocar ministério por apoio político é indevido”, disse Serra.
Saúde
Serra destacou que o tema saúde sempre foi uma prioridade em seus governos. “Houve avanços na área da saúde e é preciso avançar mais”, disse Serra. Ele lembrou que quando foi prefeito, em 2005, a Prefeitura criou as AMAs (Atendimento Médico Ambulatorial), que hoje já são 140 unidades e fazem 10,5 milhões de atendimentos por mês. A novidade agora será mais AMAs 24 horas. “Vou multiplicar as AMAs 24 horas, que hoje elas são 17. Nós vamos levar para 47, ou seja, vamos fazer 30 AMAs novas”, prometeu. Ainda na questão da saúde, Serra destacou que teve de arrumar distribuição de remédios, que estava um caos, criou o Remédio em Casa e informatizou a rede. “Criei leito de hospitais no município, e criei [leitos] como governador na capital. Foram cerca de 1.800 leitos”, disse Serra, lembrando dos novos hospitais do M´Boi Mirim, de Cidade Tiradentes e o Instituto do Câncer.
O ‘Mãe Paulistana’, outro programa que fez a diferença na saúde da cidade, tendo atendido 650 mil gestantes até agora, também foi lembrado. “Pelo ‘Mãe Paulistana’, as gestantes têm todo o suporte, fazem todos os exames, ganham passagem para ir fazer esses exames, sabem onde vai ser o parto”, explicou Serra. “Agora, vamos esticar o atendimento até que as crianças completem seis anos. E dar bolsas para que as mães possam amamentar”.
Inclusão
Em uma de suas colocações no debate, Serra destacou que São Paulo tem seis escolas bilíngues voltadas para alunos portadores de deficiência. Isso além de outras iniciativas importantes, como o projeto Inclui, de atendimento a estudantes com necessidades especiais.