O sétimo dia de julgamento do mensalão no STF (Supremo Tribunal Federal), nesta sexta-feira (10), será marcado pela defesa do deputado federal Valdemar Costa Neto (PR-SP), um dos personagens de destaque no escândalo.
Um dos principais articuladores políticos do PR, ex-PL, o deputado renunciou ao mandato para evitar a cassação em 2005, mas foi reeleito no ano seguinte para mais um mandato na Câmara.
O Ministério Público diz que Valdemar recebeu R$ 8,8 milhões do valerioduto e usou uma empresa fantasma, a Guaranhuns, para disfarçar a origem do dinheiro. Teria negociado com o PT um acordo para obter os recursos em troca do apoio do PL ao governo no Congresso.
Sua defesa deve corroborar a tese de que o dinheiro era caixa dois para pagar dívidas da campanha eleitoral de 2002, e não para comprar votos no Congresso.
Também apresentam suas defesas no Supremo nesta sexta-feira Breno Fischberg, sócio-proprietário da corretora Bônus Baval, Carlos Alberto Quaglia, dono da corretora Natimar, Jacinto Lamas, tesoureiro do PL e assessor de Valdemar na época do mensalão, e seu irmão, Antonio Lamas, ex-assessor da liderança do extinto PL na Câmara.
Antonio Lamas, a exemplo do que aconteceu com o ex-ministro Luiz Gushiken, teve a absolvição pedida pelo procurador-geral da República nas alegações finais do processo. O procurador afirma no documento não haver provas contra o ex-assessor.
A sessão está marcada para começar às 14h e será transmitida ao vivo pelo site da Folha e também TV Justiça (canal 53-UHF em Brasília), pela Rádio Justiça (104.7 FM em Brasília) e também pela internet.
CRONOGRAMA
Os ministros dividiram a análise do caso em duas partes. A primeira começou no dia 2 de agosto com a exposição do caso, a acusação da procuradoria-geral da República e as defesas dos réus. Os ministros votarão na segunda parte, prevista para começar no dia 15 de agosto.
Na primeira parte, as sessões começarão às 14h e serão diárias. Na segunda parte, as sessões continuam com início às 14h, mas ocorrem apenas três vezes por semana, às segundas, quartas e quintas.
O cronograma foi estabelecido pelos próprios ministros, mas pode sofrer mudanças como atrasos, que podem correr com a votação de questões de ordem eventualmente levantadas por advogados dos réus.