tasO presidente interino do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), reforçou nesta segunda-feira (22) o compromisso do partido com o Brasil. “A nossa visão é de não deixar o Brasil, esses 14 milhões de desempregados, ficarem sem esperança”, disse o tucano, ao explicar que o PSDB manterá o posicionamento favorável à tramitação das reformas no Congresso Nacional.
As declarações foram feitas durante entrevista coletiva concedida no Senado. Leia, abaixo, trechos da entrevista concedida pelo parlamentar.
Sobre continuidade do trabalho legislativo
Diante de vários rumores, (estamos) comunicando que amanhã o nosso trabalho na CAE e no Senado é normal. O que estava previsto na pauta para amanhã é começar com a leitura do relatório da reforma trabalhista pelo senador Ricardo Ferraço. Vai ser lido normalmente, o nosso compromisso é com o país, e mostrar que nós estamos trabalhando normalmente e que os acontecimentos políticos independem do nosso trabalho aqui, e o Brasil depende de que nós continuemos a trabalhar e dar, ao processo de reformas, seguimento.
O PSDB vai manter apoio ao governo?
Isso é outra questão. O PSDB está vendo isso com muita responsabilidade. Com muito cuidado. Existem desdobramentos aí, tem agora na quarta-feira uma votação do Supremo, nós vamos aguardar. Tem uma votação logo em seguida do TSE. Nós vamos aguardar.
A presidente Carmem Lúcia pode adiar a reunião da próxima quarta-feira, aguardando a conclusão da perícia, e não há prazo para essa divulgação. Isso pode mudar a decisão dos senhores, com esse provável atraso do Supremo?
Seria melhor que não. Melhor é que a gente acompanhasse os passos do Supremo em relação ao que está acontecendo e também, logo em seguida, tenha uma votação do TSE. Nós vamos ver também essa votação do TSE, que talvez seja mais relevante e definitiva.
Quando o senhor fala de “tocar a normalidade”, o senhor acha que o governo vai ter apoio aqui dos aliados, vai ter o número suficiente para tocar a Casa?
A questão não é de governo. A questão é de país. A proposta está dentro da nossa linha, principalmente do PSDB – a reforma trabalhista, por exemplo. A questão é que nós não devemos deixar o país degringolar em função da crise do governo. A crise do governo, nós estamos avaliando separadamente.
Há uma tentativa de obstrução por parte da oposição. O senhor acredita que a base do governo, num momento como esse, em que a crise é grave, em que o presidente está implicado em denúncias sérias, há condição para isso, senador?
É claro que há condição. A obstrução é uma arma que a oposição pode colocar no momento em que ela quiser. Não é a nossa visão. Nossa visão é de trabalho. Nossa visão é de dar uma satisfação aos brasileiros. A nossa visão é de não deixar o Brasil, esses 14 milhões de desempregados, ficarem sem esperança. As coisas podem andar, com certeza vão andar, as denúncias são gravíssimas, e vão ter seu desdobramento à parte. Não significa férias pro Senado e nem recesso pra Câmara.
Alguns parlamentares já subiram na tribuna defendendo que seja dado andamento a um requerimento que foi apresentado no Conselho de Ética contra o senador Aécio, e que ele seja julgado. Qual a posição do PSDB? O PSDB vai participar da defesa do senador Aécio? Como vai ser o comportamento do PSDB com relação a isso?
Vai ser com a mesma serenidade. O senador Aécio se propõe a fazer sua defesa e, para isso, ele se afastou da presidência do partido, está afastado do Senado para se dedicar à sua defesa. Todo ser humano e, principalmente, um homem com a história do senador Aécio tem direito à sua defesa.