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Temer aprova decisão de Serra em repúdio a países bolivarianos

A decisão do ministro das Relações Exteriores, o tucano José Serra, de manifestar repúdio às críticas feitas pelos governos esquerdistas da América Latina e organizações contra o processo de impeachment foi aprovada pelo presidente interino Michel Temer. De acordo com matéria do jornal O Estado de S. Paulo deste domingo (15), o peemedebista não só avalizou as duas notas emitidas, na última sexta-feira (13), pelo Itamaraty, como ajudou a redigir o parágrafo de uma delas, com o objetivo de deixar claro que o rito estabelecido na Constituição para o afastamento da presidente Dilma Rousseff foi “seguido rigorosamente”.

Segundo o Estadão, o comentário no Palácio do Planalto era de que o governo não poderia ficar em silêncio diante das críticas feitas por Venezuela, Cuba, Bolívia, Equador e Nicarágua, além de outras entidades internacionais – como a União de Nações Sul-Americanas (Unasul) e a Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América/Tratado de Cooperação dos Povos (ALBA/TCP) – que chamaram o processo de impeachment como “golpe de Estado”. O Itamaraty enviou a todos os Ministérios de Relações Exteriores de países com os quais mantém relações uma nota para informar que Dilma foi afastada em um processo que segue a lei e a Constituição. A preocupação do governo Temer é desconstruir justamente a versão de que houve “golpe” no Brasil, como insistentemente é divulgada por Dilma, seus aliados e petistas.

As notas do Itamaraty sob a gestão Serra são o primeiro gesto de mudança na diplomacia brasileira e foram bem recebidas no Congresso. O ex-presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado Ricardo Ferraço (PSDB-ES), que esteve em junho na Venezuela para pressionar pela libertação de presos da oposição, afirmou ao Estadão que a reação de Maduro de chamar o embaixador da Venezuela de volta ao país era esperada. “Ele está incomodado porque perdeu um parceiro conivente”, afirmou. “O governo da presidente Dilma Rousseff foi absolutamente omisso às violações cometidas na Venezuela.”

“Precisamos acabar com essa palhaçada diplomática criada pelo ex-presidente Lula e continuada por Dilma. Vamos defender os países democráticos contra o populismo, o bolivarianismo, o chavismo”, disse ao jornal o vice-presidente da Comissão de Relações Exteriores, Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR). “Eles cuidem da vida deles e nós das nossas.” Já o tucano Pedro Vilela (AL) informou ao Estadão que “a relação (com a Venezuela), da forma como estava, é que prejudica o país.”

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