Apesar do chamativo título desse texto, de agronômico, naturalmente, ele não tem nada. Trato aqui dos aspectos sócio-econômicos ligados ao tema, onde tenho mais liberdade para me expressar.
Ocorre que em recente entrevista, a nova Secretária de Agricultura do Governo de São Paulo, a renomada Engenheira Agrônoma Mônika Bergamaschi, expôs, com propriedade, sua política de priorizar ações voltadas ao pequeno produtor rural paulista.
O Estado de São Paulo, de notória industrialização, pólos de serviços e regiões metropolitanas avançadíssimas, também dispõe de uma força no campo invejável, cada vez mais produtiva, amparada por tecnologia de ponta e capaz de movimentar verdadeiras fortunas no agronegócio.
Porém, ao mesmo tempo em que nossa agricultura apresenta este perfil bastante ousado e agressivo, ela requer cada vez mais capital financeiro, escala de mercado e até gestão empresarial para a concorrência mais acirrada dos grandes produtores e gigantes do agronegócio, impondo algumas sérias limitações aos produtores menores, que muitas vezes carregam a história de vida da família diretamente ligada ao campo.
Dessa forma, penso que iniciativas no sentido de preparar o pequeno produtor com boas assistências técnica, gerencial e comercial, aperfeiçoar possíveis gargalos logísticos, incentivá-lo a pensar na diversificação dos riscos e agregação de valor ao produto, abrir acesso a crédito competitivo, compensá-lo com justiça tributária e, sobretudo, para os tempos atuais, mergulhá-lo no intuito de conjugar produtividade com sustento ecológico, seriam muito bem vindas.
Beneficiá-lo, de forma alguma seria incorrer em qualquer privilégio restrito, vez que a fixação do homem “DO CAMPO” no campo tem também a grande contribuição social de evitar a expansão urbana desordenada, além da almejada geração de empregos.
Do ponto de vista regional, apesar da imagem metropolitana de nosso Estado, contamos com muitos municípios, de variados portes, que, a exemplo de minha Araras, não apresentam conurbação (superficialmente explicada como junção de perímetros urbanos de duas ou mais cidades), ausência que, sem dúvida, é um limitador ao desenvolvimento da indústria, comércio e serviços, principalmente. E é exatamente esse tipo de limitação, que, em minha opinião, a força do campo pode e deve exercer preponderante papel compensador na economia dessas áreas.
É preciso, de forma definitiva, acabar com qualquer preconceito quanto ao desenvolvimento trazido pelo campo, que também emprega, induz à busca de tecnologia, prospecta profissionais de vasto conhecimento e agrega valor.
Por fim, creio piamente que o incentivo ao pequeno produtor rural tem tudo para continuar consolidando a pujança da economia paulista.