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Trabalho e Serviço Público

Opinião Tania Malinski

Diante das eleições que se aproximam e que prometem apresentar matizes distintos de pensamento político, cabe uma reflexão sobre a diferença entre o trabalho, como atividade, e o serviço público, como vocação específica. Isto porque a vocação para a vida pública não é apenas um trabalho, é também um serviço.

O trabalho transforma a natureza, cria valor e, sobretudo, insere o ser humano em sua sociedade de modo produtivo. Mas o serviço é ainda mais que isto: pressupõe orientar-se pelo bem comum (municipal, estadual ou nacional) e estar-se virtualmente à disposição de uma comunidade.

Para aqueles que atuam no serviço público, mesmo em nível local ou regional, o compromisso com a nação deve sempre sobrepor-se a qualquer outra ordem de consideração, sob pena de se minar a coletividade em cujo nome se atua. Mesmo um político que atua em nível local é parte de um ente federativo maior, pois o local e o regional nada mais são do que partes constitutivas de um todo a cuja unidade, em última instância, serve.

Seja o foco social, econômico ou de outra ordem, todo servidor público deve guiar-se pela idéia de um só país, sem distinções de classe, credo ou origem de qualquer natureza. Quem transpõe para a vida política uma representação segmentada em detrimento do interesse nacional passa ao largo da idéia de serviço e de comprometimento atinente ao cargo público. A defesa do interesse nacional, portanto, não é uma opção e nem algo de que se pode dispor, seja no plano doméstico, seja no externo. Trata-se de um dever do funcionário público, em qualquer nível e função. Para os que sentem o apelo ao serviço público, esse compromisso exterioriza antes um vínculo afetivo para com seu próprio país e nem chega a representar um esforço.

Devemos ter uma boa noção desta distinção entre trabalho e serviço público uma vez que democracia não é sinônimo exato de trabalhismo e tampouco significa populismo. Um governo pode ser popular sem ser democrático, pode ser popular e trabalhista mas não aceitar as premissas que fundamentam a democracia (alternância de poder, respeito pelas minorias, separação de poderes, ordem constitucional). De outro lado, por mais nobres que sejam as causas trabalhistas, a Administração Pública não se resume a este enfoque classista, almeja o bem comum, acima das distinções que até podem vir a operar de forma legítima no plano setorial.

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