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Transposição do São Francisco simboliza incompetência do governo petista

Canais deteriorados, erros de projeto, desperdício milionário de recursos, atrasos, falta de planejamento, superfaturamento e nenhuma gota d´água transportada. Esse é o quadro da maior obra de infraestrutura do Brasil: a transposição do rio São Francisco. O objetivo seria levar água para regiões do Nordeste anualmente castigadas pela seca, mas a falta de visão e de planejamento do governo petista resultou em um cenário desolador. Enquanto isso, os sertanejos sofrem os efeitos da pior estiagem em 40 anos e questionam onde foi parar o dinheiro destinado ao empreendimento, o maior do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

Reportagem do “Fantástico” exibida nesse domingo (20) denunciou mais uma vez as mazelas provocadas pelo atraso na transposição. O programa entrevistou moradores que amargam a destruição das lavouras e a morte do rebanho. Destacou, ainda, dados do Tribunal de Contas da União (TCU) que apontam  irregularidades de R$ 734 milhões no empreendimento. O descaso da gestão petista com a obra vem sendo reiteradamente destacada por deputados do PSDB. Uma comitiva da oposição inclusive esteve em Mauriti (CE) em 23 de março do ano passado e encontrou o mesmo cenário mostrado na TV.

Um dos nove tucanos que foram ao Ceará ano passado, Nilson Leitão (MT) avalia que o cenário é o retrato do PT. “É um governo sem visão. A obra está trazendo prejuízo para a população e para os cofres públicos”, lamentou. De acordo com o tucano, o empreendimento só funcionou mesmo no discurso. “O Partido dos Trabalhadores enganou a população com o futuro do que seria essa transposição. O PT mentiu em relação à obra. Está matando pessoas e a esperança de cada um que sonhou em ver o fim das consequências provocadas pela estiagem”, disse (assista vídeo feito com o tucano ao lado de um canal inacabado). Na campanha de 2010, programa eleitoral de Dilma exaltava, em tom heróico, que a água chegaria a 12 milhões de pessoas graças à transposição. Só faltou dizer que não havia data para isso acontecer.

Raimundo Gomes de Matos (CE) também viu de perto o descaso na visita ao canteiro de obras em seu estado. Para o deputado, é uma irresponsabilidade muito grande o governo deixar tantas pessoas desassistidas. “O ex-presidente Lula  anunciou nos comícios que a população teria água até o final do seu mandato, mas nada foi concretizado e as obras continuam abandonadas no governo Dilma”, ressaltou.

No cenário mais otimista, o sertanejo ainda vai ter que esperar três anos para ver a água correndo pelos canais. Como se não bastasse o atraso e todas as consequências provocadas por ele, o custo da obra disparou: começou em R$ 4,7 bilhões e já chega a R$ 8,2 bilhões – um aumento de 80%. Enquanto isso, um terço do rebanho morreu (12 milhões de cabeças de gado) e os sertanejos que ainda têm algum dinheiro desembolsam R$ 150 por caminhão-pipa.

Além de lamentar tantas prejuízos, Gomes de Matos acredita que o empreendimento vai sair ainda mais caro para a população, pois será necessário recuperar canais danificados. O “Fantástico” mostrou exemplos consistentes de falta de planejamento, como a de um túnel reconstruído a poucos metros de outro que desabou por falta de estudos cuidadosos sobre o solo da região.

Para Carlos Brandão (MA), o atraso revela a incompetência petista. O tucano também participou da viagem ao Ceará para ver o andamento da obra. “Não existe continuidade. Ela é feita em pedaços. Com isso, as pessoas ficam desacreditadas”, afirmou. O parlamentar considera a transposição muito importante, mas teme a demora na conclusão. “O Nordeste precisa dela para viabilizar o sistema de abastecimento de água dos estados que sofrem com a seca. São muitos problemas, como animais morrendo e agricultores com sérias dificuldades, entre outros”, completou.

O descaso denunciado pela oposição e reforçado na TV se repete em várias obras tocadas nos últimos dez anos pelo governo do PT, comprovando a incompetência gerencial do partido e o uso eleitoreiro de empreendimentos que poderiam provocar impactos positivos ao país se saíssem efetivamente do papel.

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