Os deputados Bruno Araújo (PE) e Vanderlei Macris (SP) chamaram a atenção nesta terça-feira (10) para as condições do sistema aéreo brasileiro. Eles participaram de audiência na Comissão de Viação e Transportes sobre a atual situação das companhias. O debate teve a participação do presidente da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), Eduardo Sanovicz, representando os presidentes das empresas TAM e GOL.
Macris, autor do pedido de abertura da CPI do Apagão Aéreo ao lado de Otavio Leite (RJ), lembrou que em 2007 já existia a preocupação com o tráfego no aeroporto de Congonhas, em São Paulo. Naquele ano, um avião da TAM se chocou contra um prédio da empresa ao lado do terminal e pegou fogo, causando a morte das 187 pessoas a bordo e de outras que estavam no solo.
“Naquele momento, o então ministro (da Defesa) Jobim declarou aqui que Congonhas tinha um exagero de pousos e decolagens e era importante que tivéssemos uma diminuição”, destacou. Segundo o tucano, atualmente o debate se dá no aumento no nível de uso do aeroporto, que não tem nem condições de estacionamento em certos horários. “Aumentar os pousos e decolagens é caminhar na direção do congestionamento”, argumentou.
Macris demonstrou preocupação também com a manutenção das aeronaves e os preços das passagens. “A questão do custo tributário do querosene merece um debate mais adequado. Com a redução, haveria diminuição do custo para o usuário”, completou.
Para Bruno Araújo, as companhias aéreas passam por um momento difícil. De acordo com ele, a necessidade de investimentos públicos no setor até 2020 está entre R$ 40 bilhões e R$ 50 bilhões. “Minha preocupação é o quanto a falta de investimento compromete o crescimento e aumenta o gargalo da infraestrutura”, explicou.
O parlamentar abordou ainda a abertura das companhias nacionais ao capital estrangeiro. Araújo destacou o modelo usado para salvaguardar os interesses nacionais na Embraer e na Vale. “O modelo aplicado nas duas não limita a participação do capital internacional, mas garante ao nacional a detenção do gold share, ou seja, a administração da companhia.