A volta da inflação no Brasil foi duramente criticada em plenário, nesta quinta-feira (11), pelo líder do PSDB no Senado, Aloysio Nunes Ferreira (SP) e pelo senador Flexa Ribeiro (PSDB/PA). Para Aloysio, o crescimento da inflação preocupa principalmente pela paralisia do governo, que não adota medidas efetivas para segurar a alta dos preços. Segundo ele, as ações praticadas pela equipe econômica são precárias, tópicas e de curto prazo.
“Vamos de desoneração em desoneração, sem atacar o problema da carga tributária de maneira permanente e geral. São desonerações de curto prazo. Não se sabe se serão prorrogadas ou não. Isso gera mais incerteza no cenário econômico, o que, por sua vez, inibe os investimentos. Nós temos a sensação de um governo enxugando gelo, infelizmente“, lamentou o líder Aloysio Nunes.
O líder tucano destacou que a presidente Dilma Rousseff hesita entre dramatizar a situação e fazer pouco caso das críticas que lhe chegam e, por isso, acaba produzindo declarações absolutamente inconvenientes ou destrambelhadas como, por exemplo, as declarações dadas por ela, no encontro de Chefes de Estado na África que, segundo Aloysio,reforçaram a desconfiança dos agentes econômicos e diminuíram o prestígio, já tão minado, do Banco Central, como autoridade monetária.
Já o senador Flexa, fez um comentário irônico, ao registrar em seu discurso, a alta de 155% no preço da farinha de mandioca no último ano, e de 55% no preço do açaí. “O governo Dilma pisou no tomate em relação à economia do Brasil”, disse Flexa sobre o reajuste de 150% no preço do produto que chega a custar R$ 10,00 em algumas regiões do país.
O senador Flexa atribuiu a ameaça de volta da inflação à “absoluta incompetência da área econômica do governo federal”, à “completa falta de estratégia” no setor de logística, à ausência de um plano desenvolvimentista e ao “inchaço desenfreado” da máquina pública.