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Uma cidade às escuras

Basta sair à noite em São Paulo para perceber que a maior cidade da América Latina vive às escuras. À exceção das grandes avenidas, boa parte das mais de 60 mil ruas é muito mal iluminada.

A prefeitura reconhece problemas em 162 mil (!) pontos de luz. Após cinco meses, a atual administração anunciou melhorias na iluminação pública com base em relatório da Polícia Militar, entregue em janeiro, apontando 643 locais sem luz ou mal iluminados.

A prefeitura fala em criar 18 mil novos pontos de luz, trocar 120 mil lâmpadas, 1.200 só no Centro, onde recentemente a Virada Cultural registrou 12 arrastões, gente agredida, assaltada e morta.

A capital tem 540 mil lâmpadas, 17 mil quilômetros de fios, 20 mil transformadores e 18 mil células fotoelétricas (sensor que acende a lâmpada quando escurece). E ainda assim a cidade vive escura.

Tudo isso deveria iluminar, também, praças, parques, monumentos e os prédios públicos. Ao todo são consumidos 49 Gigawatts por mês, a um custo de R$ 9,5 milhões mensais. É lâmpada e dinheiro que não acabam mais. Mas luminosidade que é bom, nada.

Desde o governo Pitta a iluminação passou a ser responsabilidade do município. É fundamental que se mude isso e se pense um novo modelo de gestão, com novos contratos ou até quem sabe uma Parceria Público Privada (PPP) do serviço de iluminação, mais moderno, eficiente e com redução de custos.

Assim, haveria mais investimentos na expansão do sistema, agilidade nas ações preventivas e melhoria da qualidade do serviço prestado à população.

Os antecedentes do PT não são positivos. Afinal, foram eles que criaram a inútil taxa de iluminação cobrada até de quem morava em ruas sem luz. Espero que essa administração tenha consciência e consiga avançar no tema, que é fundamental para a segurança da população.

É preciso sair do imobilismo e agir rápido. Afinal, iluminação e segurança estão diretamente vinculadas.

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