Todos queremos que Sorocaba tenha muitas árvores em suas ruas e praças, parques numerosos e extensos, nos quais os espécimes da fauna e da flora se multipliquem, rios e córregos totalmente limpos em que peixes e outras espécies ribeirinhas se tornem cada vez mais numerosos. Em poucas palavras, desejamos que nossa cidade seja cada vez mais viva.
Esse objetivo, para ser alcançado, exige boa dose de estima e paixão pela natureza e isso, felizmente, o nosso povo tem de sobra. Demonstram-no as críticas que a Prefeitura recebe quando, para atender valores concorrentes – a integridade física dos munícipes, a abertura ou ampliação de uma via pública essencial à mobilidade urbana – precisa retirar, aqui ou ali, algumas árvores doentes ou em risco de caírem sobre os passantes ou que impedem o andamento das obras.
Esses inevitáveis acidentes de percurso não devem levar os cidadãos a perder de vista que a atual administração partilha plenamente da paixão dos sorocabanos pela natureza. É o que demonstram iniciativas como o Jardim Botânico, em vias de inauguração, a recuperação da mata nativa no Parque da Biodiversidade e, particularmente, o levantamento de uma enorme lista de espécies vegetais e animais existentes no Município que ocupou a maior parte das páginas de uma edição do semanário oficial.
Essa listagem, que identificou em Sorocaba um total de 555 diferentes espécies vegetais e 602 espécies animais, uma riqueza que poucos imaginavam que fosse tão grande e tão variada. Temos, por exemplo, em nossos rios, córregos, lagos e lagoas, 53 espécies de peixes. As aves são ainda mais numerosas: 280 espécies diversas.
Para elaborar essa lista, que é o passo inicial de um sem número de iniciativas de preservação da natureza, a Secretaria do Meio Ambiente reuniu, num workshop, 48 integrantes de nosso primeiro time de pesquisadores, atuantes em 11 universidades, órgãos e entidades ambientais. O segundo passo, a ser dado em outubro, será um livro de referência, já em fase de editoração.
O levantamento fornecerá diretrizes seguras para que se estabeleça o nível de urgência e a amplitude das medidas de proteção às espécies vegetais e animais em risco de extinção, permitindo que não tenhamos retrocessos nessa área.
Desse modo, a estima pela natureza ganha o auxílio precioso do conhecimento científico, possibilitando que, juntas, duas das mais altas qualidades humanas – paixão e inteligência – interajam para dar à nossa gente a cidade cada vez mais viva por ela almejada.