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Economia estaciona e denúncias não param

Do blog Ricardo Kotscho – Portal R7

O aniversário de Dilma Rousseff é na próxima quarta-feira, dia 14, ou seja, ela está vivendo seu período de inferno astral. As notícias na economia e na política, de fato, não são nada boas para a presidente neste final de seu primeiro ano de governo.

Com as sucessivas crises políticas que já levaram à queda de sete ministros, foram a estabilidade econômica e os bons índices de renda e emprego que asseguraram o apoio ao seu governo demonstrado até agora em todas as pesquisas.

Nesta-terça-feira, porém, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, veio a público para informar que o crescimento do país no último trimestre estacionou em 0% e o consumo das famílias caiu 0,1%, a primeira queda desde a crise de 2008.

Para completar, a gincana de denúncias da imprensa contra ministros atingiu agora o coração do governo. A “bola da vez” é seu velho amigo Fernando Pimentel, da Indústria, Desenvolvimento e Comércio Exterior, ministro da cota pessoal de Dilma, que foi um dos coordenadores da sua campanha.

Desde domingo, veículos das Organizações Globo estão batendo duro em Pimentel por conta das consultorias que fez depois de deixar a Prefeitura de Belo Horizonte, quando já trabalhava na campanha presidencial.

O Palácio do Planalto teme que se repita o que aconteceu com Antonio Palocci, o ex-poderoso chefe da Casa Civil, que acabou sendo o primeiro a cair no governo Dilma, em razão de consultorias milionárias que não conseguiu explicar.

Fernando Pimentel e Otílio Prado, seu antigo assessor e sócio na P-21 Consultoria e Projetos Ltda., faturaram, segundo “O Globo”, R$ 2 milhões entre 2009 e 2010, um valor bastante alto para o mercado.

O problema é que entre os clientes está a empresa de engenharia Convap, que pagou R$ 514 mil à P – 21 e meses depois ganhou da Prefeitura contratos no valor de R$ 95,3 milhões.

Otílio, que trabalhava no gabinete de Pimentel e era seu homem de confiança na Prefeitura, manteve o posto na administração de Márcio Lacerda (PSB), eleito sucessor numa aliança com o PT e o PSDB.

Outro cliente da P – 21 foi a QA Consulting, que pagou R$ 400 mil por serviços de consultoria. O dono da QA, microempresa que registrou na Junta Comercial faturamento anual de até R$ 360 mil, é Gustavo Prado, filho de Otílio Prado.

O enredo todo é bem enrolado, sugerindo tráfico de influência, e a cada dia surgem novas revelações. Os maiores contratos de consultoria da empresa de Pimentel, no valor de R$ 500 mil cada um,  foram assinados com a  Ciemg (Centro de Indústrias do Estado de Minas Gerais) e a Fiemg (Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais) para a elaboração de projetos a serem apresentados pelas empresas associadas ao poder público.

Segundo o ministro, ele não trabalhou para empresas, mas apenas na assessoria direta da direção das entidades patronais. Até agora, Pimentel não apresentou documentos para provar os serviços prestados.

Como já aconteceu em outros episódios, inclusive na campanha presidencial, Fernando Pimentel está convencido de que, por trás das denúncias da imprensa, tem “fogo amigo” petista. Foi o que o ministro disse ao se explicar em reunião com a presidente Dilma Reousseff.

O motivo: o ministro apóia a reeleição de Marcio Lacerda, mas o atual vice-prefeito, Roberto Carvalho, do PT, quer ser candidato em 2012.

Seja como for, os problemas na economia mundial, que a preocupam tanto, até que são café pequeno para Dilma perto dos problemas causados em seu próprio arraial político. No atual clima político de Brasília, não será nada tranquilo fazer a reforma ministerial prevista para o início do próximo ano.

Apesar de tudo, a presidente mostra otimismo com as perspectivas para 2012. “O próximo ano será necessariamente melhor do que 2011, ano em que o país deve ter um crescimento de  3,2%”, disse ela ao receber na noite de terça-feira, em São Paulo, o prêmio Brasileiro do ano entregue pela revista “Istoé”.

 

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