Folha.com
Delator do escândalo do mensalão, o ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB) disse nesta quarta-feira (14) que o STF (Supremo Tribunal Federal) age “corretamente” na condução do julgamento do caso. “Não tem pressa, não vejo porque correr. O processo está sendo bem instruído”, afirmou.
Jefferson elogiou o ministro Ricardo Lewandowski, que admitiu em entrevista à Folha que os réus do mensalão terão algumas de suas penas prescritas antes do fim do julgamento. “O ministro Lewandowski está muito claro, ele não está jogando para a galera, essa é a diferença dele para o relator.”
Mensalão terá prescrição de penas, diz Lewandowski
Leia a íntegra da entrevista à Folha e ao UOL
O processo do mensalão no STF tem 38 réus. O ministro relator do caso, Joaquim Barbosa, ainda deve terminar seu relatório. Quando isso ocorrer, Lewandowski deverá revisar o processo. Só então poderá ser marcado o julgamento pelo plenário do STF.
Questionado sobre as chances de o julgamento do mensalão acabar em 2012, Lewandoski disse: “Não tenho uma previsão clara”.
“Não vai julgar ano que vem, todo mundo já imaginava isso. É humanamente impossível. [..] Joaquim quer impor a sentença dele no jornal”, afirmou Jefferson, cassado no auge do escândalo, em 2005.
A oposição cobrou prioridade do julgamento pelo STF. O líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias (PR), disse que a Corte já teve “tempo suficiente” para evitar a prescrição de penas.
O presidente do PPS, deputado federal Roberto Freire (SP), disse que declaração é “perigosa”. “Custa a crer que um ministro admita a prescrição de crimes do mensalão, que abalou a República.”