Fonte: Folha de São Paulo
A produção da indústria brasileira caiu 0,2% em abril na comparação livre de influências sazonais com março, informou o IBGE nesta quinta-feira.
Este é o segundo resultado negativo consecutivo nesse tipo de comparação e a terceira variação negativa mensal no ano. Em março a produção industrial recuou 0,5% na relação com fevereiro.
Em relação a abril de 2011, houve queda de 2,9%. Já no acumulado dos quatro primeiros meses do ano, as indústrias produziram 2,8% menos do que em igual período do ano passado.
Nos últimos 12 meses encerrados em abril, a produção do setor registrou retração de 1,1%.
Para André Macedo, gerente da Pesquisa Industrial Mensal, a indústria vive “um momento de menor dinamismo” desde o segundo trimestre do ano passado, mas que se intensificou neste ano. Ele aponta fatores como o menor consumo e estoques elevados para o aprofundamento da queda no ano.
“Há claramente uma trajetória de declínio da produção interna. É um movimento que se dá de forma bastante disseminada entre os setores.”
SETORES
Segundo o IBGE, 13 dos 27 ramos pesquisados apontaram redução na produção industrial em abril em relação a março deste ano. Os destaques de queda no período ficaram com alimentos (-3,7%), farmacêutica (-8,5%), equipamentos médico-hospitalares (-11,6%) e bebidas (-1,6%).
Já as altas mais expressivas foram registradas pelos ramos de edição e impressão (6,7%), veículos automotores (2,4%) e equipamentos de informática (5,9%).
Por categorias (que agrupam os produtos de acordo com seu uso), tiveram desempenho positivo de março para abril somente bens de capital (1,9%). A produção de bens intermediários ficou estável. Já as de bens de duráveis e semiduráveis tiveram queda de 0,5% e 1,4%, respectivamente.
CRESCIMENTO
O setor industrial é uma das principais preocupações do governo porque não tem dado sinais de recuperação e, assim, atrapalhando um desempenho melhor da economia toda. Por isso, o governo vem adotando medidas para tentar impulsionar a atividade. As mais recentes envolvem ações para incentivar os setores automotivo e de bens de capital, além do consumo em geral.
Em outra frente, o Banco Central vem reduzindo a taxa básica de juros, adotando a flexibilização da política monetária como arma para estimular o crescimento. Na quarta-feira (30), o Comitê de Política Monetária (Copom) reduziu a Selic de 9% para 8,5% ao ano, novo recorde de baixa.
O próprio governo já admite que a economia brasileira não começou bem este ano. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou durante que a economia brasileira deve ter crescido entre 0,3% e 0,5% no primeiro trimestre.
O IBGE divulga nesta sexta-feira o resultado do PIB (Produto Interno Bruto) do primeiro trimestre e as expectativas são de que mostrará uma economia ainda patinando.