A campanha eleitoral de 2014 já começou nas contas de luz.
A oposição, que ao que tudo indica vai de Aécio Neves (ainda resta saber que tipo de jogada o governador de Pernambuco Eduardo Campos prepara para esse tabuleiro de xadrez), já sai com a fama de ter impedido a redução de 20% nas contas, que foi a promessa que a presidente Dilma fez ao País.
A racionalidade econômica vem sendo cada vez mais substituída pelo voluntarismo, como se as regras fossem apenas um capricho que deve curvar-se à vontade política do governo e produzir o milagre intangível do famoso almoço grátis.
Todos devem curvar-se à vontade da rainha.O secretário executivo de Minas e Energia, Marcelo Zimmerman, saiu com a linda frase de que as companhias elétricas dos 3 estados “preferiram privilegiar seus acionistas do que favorecer o povo”, como se a função das empresas fosse encher seus acionistas de prejuízos.É o capitalismo de Branca de Neves e os 7 anões, o que só funciona em fábulas.
É tipo da demagogia primária que funciona eleitoralmente.A complexidade do tema e a necessidade que as empresas têm de manter a saúde financeira para poder continuar investindo e impedir que o sistema entre em colapso, é um raciocínio complexo demais para chegar ao consumidor.Antes de baratear as tarifas, barateia-se o raciocínio.Raciocínio barato rende votos.
Todo mundo,sem exceção,acha que o governo,sim, deve baratear as tarifas de energia, que estão entre as mais altas do mundo.
Mas há maneiras e maneiras de fazer. Dois técnicos altamente insuspeitos de anti-governismo, como Luiz Pinguelli Rosa e Ildo Sauer, acham que o governo errou na maneira como conduziu a renovação das concessões e as elétricas de SP,MG e Paraná, estão certas em resistir à imposição de baixar as tarifas sob risco de afetar a sua saúde econômica e sua capacidade futura de investimento.
Mas o jogo de 2014 começou: política 1, energia 0.