Brasília – Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o economista Gustavo Loyola, ex-presidente do Banco Central (BC) e sócio da Tendências Consultoria Integrada, afirma que a contabilidade “criativa” do governo na área fiscal no apagar das luzes de 2012 sela o fim do tripé macroeconômico adotado no Brasil desde 1999.
O tripé é composto por câmbio flutuante, regime de metas de inflação e superávit primário (economia do governo para abater os juros da dívida pública). A combinação dessas três variáveis formou a base para a prosperidade econômica do Brasil em grande parte dos anos 2000.
Mesmo sem admitir publicamente, desde que assumiu a presidência, Dilma Rousseff vem alterando o tripé. Há meses, o dólar oscila entre R$ 2,00 e R$ 2,05, a inflação superou o centro da meta (4,5%) em 2011 e no ano passado. Segundo as projeções do mercado e do próprio BC, o mesmo ocorrerá em 2013.
Para Loyola, o problema não é o descumprimento da meta em si que pode se justificar em momentos de desaceleração econômica, como 2012. “O que não é legítimo é tirar a transparência da política fiscal, criar mecanismos contábeis de péssima qualidade, que tornam mais opaca a execução fiscal.” Leia AQUI