A posse de Renan Calheiros (PMDB-AL) como presidente do Senado está a indicar a entropia das nossas instituições. E não apenas pelos paradoxais discursos pronunciados ao ensejo da posse pelo próprio Calheiros e por figuras que décadas atrás foram esconjuradas da cúpula do governo por práticas não republicanas, como o senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL).
O fato de Renan Calheiros se apresentar como paladino da ética num momento em que está sendo questionado pelo Ministério Público, em denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República ao Supremo Tribunal Federal (STF) por prática de atos contrários à dignidade republicana, é, no mínimo, um acinte para os cidadãos que ainda acreditamos ser possível viver num País civilizado. De outro lado, a posse na presidência da Câmara dos Deputados de Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), cuja proposta legislativa se centra na manutenção de práticas clientelistas que atrelam o Congresso Nacional ao Poder Executivo – como as emendas parlamentares -, completa o quadro de desmoralização do Legislativo federal. Leia AQUI