Início Saiu na imprensa Das ‘ideias arranjadas’ à realidade inquietante

Das ‘ideias arranjadas’ à realidade inquietante

Diante da notícia de que, segundo o IBGE, a economia brasileira teve o pior desempenho desde 2009, com um crescimento de apenas 0,9%, o ministro Guido Mantega (da Fazenda) afirmou, categoricamente, que “a crise não bate na porta da família brasileira (…). Tivemos ótimo resultado de emprego. Os brasileiros estão adquirindo casa própria, automóveis. Para a população foi um ano de melhoria de condições de vida”.

Tudo depende dos ângulos pelos quais se queira ver as questões. Também a presidente da República havia dito algumas semanas antes (Folha de S.Paulo, 5/2) que até este mês de março “o governo terá retirado da pobreza extrema todas as pessoas que vivem nessa situação no País e que estejam cadastradas pelo governo”. E mais: “Tiramos, entre 2011 e 2012, mais de 19,5 milhões de pessoas da pobreza extrema” – ou seja, famílias com renda per capita mensal de até R$ 70. O Brasil, conforme os dados governamentais, tem 13,5 milhões de famílias que recebem a Bolsa-Família (R$ 70 mensais por pessoa), ou 50 milhões de pessoas que recebem R$ 23,2 bilhões por ano. É muito, embora represente menos de 20% do que o próprio governo paga por ano aos bancos de juros da dívida. E embora R$ 70 mensais por pessoa ainda estejam abaixo da “linha da pobreza” admitida pela Organização das Nações Unidas (ONU), que está em US$ 2 por dia (US$ 60 por mês ou R$ 120 mensais). Leia AQUI

Artigo anteriorUm governo perplexo
Próximo artigoO sistema público de saúde