No mesmo dia, quarta-feira, a presidente Dilma Rousseff deu duas provas de que acredita irrestritamente no que costuma dizer aos seus subordinados: “Eu sou a presidenta, eu posso”. De um lado, ela mandou fazer, ou autorizou, uma gambiarra para preservar a redução das tarifas de energia – a “bondade” com que inaugurou, em janeiro, a sua campanha à reeleição. De outro, solidarizou-se com a direção da Caixa Econômica Federal (CEF), responsável pela barbeiragem que levou ao pânico os beneficiários do Bolsa Família, que acharam que o programa estava para ser extinto.
Na véspera do duplo espetáculo de dilmismo explícito, erros primários de articulação política, pelos quais o Planalto só tem a si para culpar, tolheram a aprovação da medida provisória (MP) das contas de luz, cuja validade expira na próxima segunda-feira. Combinando soberba e irresponsabilidade, o governo desdenhou da recente promessa do presidente do Senado, Renan Calheiros, de que só poria em votação as MPs que a Câmara dos Deputados remetesse à Casa pelo menos sete dias antes de caducarem. Leia AQUI