A possibilidade de um rebaixamento da nota de grau de investimento brasileira por uma agência de classificação de risco está cada vez mais próxima. Quatro meses depois de a Standard & Poor’s rebaixar a perspectiva da nota brasileira (de estável para negativa), a decisão de quarta-feira à noite da Moody’s de também piorar a perspectiva do Brasil (de positiva para estável) consolida a avaliação de que os rumos da política fiscal comprometeram de vez a imagem do País.
No centro do movimento das duas agências está a deterioração das contas públicas e os aportes sucessivos de recursos do Tesouro Nacional para os bancos públicos, quadro que se soma à perspectiva de baixo crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) por um período de tempo prolongado, abaixo do potencial da economia. Os empréstimos do Tesouro aos bancos públicos saltaram de 6,8% do PIB, em 2010, para mais de 9% em 2013, alertou a Moody’s.