Imagine a cena. No Brasil profundo, em uma cidade com menos de 20 mil habitantes, uma clínica médica resolve desviar recursos do Sistema Único de Saúde, o SUS. O golpe é simples. Trata-se de emitir recibos de procedimentos médicos nunca realizados e receber verbas como se o atendimento tivesse sido prestado. Para identificar o paciente, basta registrar pessoas mortas ou repetir até 201 vezes o nome de um mesmo indivíduo –ainda que para consultas efetuadas em um único dia.
Como se já não fosse um absurdo, a cifra pode ser ainda maior, já que as investigações são feitas após denúncia ou por amostragem. Sem fiscalização mais eficiente, essa hemorragia de recursos públicos não será estancada.