Continuam em risco a saúde financeira e os planos de investimento da maior empresa nacional, a Petrobrás, enquanto o governo mantém suspense sobre a adoção de uma nova política de preços de combustíveis. Para disfarçar a inflação, o Palácio do Planalto e o Ministério da Fazenda têm recorrido há vários anos ao controle de preços, impondo graves perdas à companhia, atrapalhando a realização de seus planos e ainda prejudicando a produção de etanol. Informações divulgadas pela empresa motivaram durante alguns dias a expectativa de uma nova política, menos sujeita à demagogia e muito mais racional. Mas o ministro da Fazenda, Guido Mantega, logo contra-atacou. Nenhum novo método para fixação de preços foi definido, disse ele na quarta-feira, em Brasília. No mesmo dia, a Petrobrás divulgou as linhas gerais de um novo critério de reajuste para o diesel e a gasolina, baseado em valores internacionais, taxa de câmbio e origem (Brasil ou exterior). A aplicação do critério seria automática.
Apesar de seu esforço para maquiar os fatos, a administração petista foi incapaz, até agora, de forçar o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) a falsificar as medidas da inflação. Nesse quesito, os Kirchners, na Argentina, foram mais eficazes. Mas ninguém deve subestimar a presidente Dilma Rousseff e sua trupe.