Duas imagens marcaram a posição do Brasil no mundo no ano que se encerra: a onda de manifestações populares e o Cristo Redentor em voo desgovernado na capa da revista “The Economist”.
Juntas, as cenas revelam rachaduras no consenso nacional que o lulismo costurou durante os últimos dez anos, animando a disputa pelo modelo econômico e social da próxima década.
Vistas em perspectiva internacional, essas imagens golpeiam a ideia de país emergente, a marca registrada do Brasil de Lula.
O processo de ascensão internacional do país sofreu dificuldades adicionais.
A crise da espionagem foi uma delas. Diante das revelações, o Planalto suspendeu a visita aos Estados Unidos e introduziu o tema na Organização das Nações Unidas.
Em ambos os casos, agiu com competência.
No entanto, a crise não pôde ser aproveitada em benefício próprio. Enquanto os alemães utilizaram o estardalhaço para negociar melhores condições com os norte-americanos, nós suspendemos todos os canais de comunicação.