Assim como não há chuva que não molhe, não há candidato que não tenha o seu comitê eleitoral – desde a meia dúzia de gatos-pingados, ajudando o amigo de olho numa cadeira de vereador em Cabrobó dos Anzóis, às formidáveis estruturas das campanhas presidenciais, com os melhores quadros que as afinidades ou o dinheiro podem comprar. Nem o mais conhecido dos políticos nem a mais popular das chamadas personalidades da sociedade do entretenimento podem dispensar um aparato que lhes assegure o voto em escala compatível com as suas ambições.
Nada mais natural, portanto, que a presidente Dilma Rousseff, não obstante os recursos de poder inerentes ao mandato – como o acesso privilegiado à mídia de massa -, dependa, também ela, de uma estrutura que em última análise faça com que se confirme, na hora da verdade, o favoritismo que lhe atribuem as pesquisas de opinião. O que não tem nada de natural e tudo de indecente, porém, é a ostensiva transformação do governo em comitê de apoio ao comitê eleitoral propriamente dito da presidente. Pior ainda: a sujeição daquele a este, para maximizar, como diria ela, as suas chances de vitória já no primeiro turno. Leia AQUI