Promover uma reforma ministerial menos de três meses depois do início do mandato equivale a uma confissão de incompetência comprovada pelo malogro da tarefa política elementar de montar uma equipe de governo. Esta é provavelmente a razão principal pela qual a presidente Dilma Rousseff se recusa a admitir que a demissão de Cid Gomes do Ministério da Educação tenha sido o primeiro passo na promoção, mais do que de uma reforma ministerial, de um realinhamento político indispensável à conquista de condições mínimas de governabilidade. Mas o fato é que a presidente da República, embora não possa ignorar que precisa agir rápida e eficientemente para se livrar da crise da qual se tornou refém, parece não ter a menor ideia do caminho a seguir. Está perdida como cego em tiroteio.
Dilma Rousseff é teimosa, mas é impossível que já não tenha desconfiado de que cometeu um erro gravíssimo ao imaginar que a reeleição lhe assegurava força política suficiente para reunir em torno de si, no círculo mais íntimo da equipe de governo, uma turma selecionada com base no critério de identificação, mais de que com as suas crenças, com o seu modo autossuficiente, autoritário e arrogante de fazer política. E foi assim que, abraçada a Aloizio Mercadante, Miguel Rossetto e Pepe Vargas, Dilma cometeu a supina imprudência de confrontar o PMDB na eleição para o comando da Câmara dos Deputados. Leia AQUI