Em sua delação, Ricardo Pessoa disse que distribuir dinheiro para campanhas políticas fazia parte da estratégia de suas empresas para permitir “que a engrenagem andasse perfeitamente, tirando as pedras do caminho e abrindo portas no Congresso, na Câmara e em todos os órgãos públicos”. Em 2010, segundo a planilha de doações apresentada ao Ministério Público pelo empreiteiro, algumas dessas pedras foram removidas com dinheiro do chamado caixa dois. Na lista aparece o nome de quinze candidatos que receberam recursos “por fora”, sem registro oficial. O documento é dividido em três colunas: as doações “realizadas pela UTC”, as doações “realizadas pela Constran” e “pedido”. É justamente nessa última coluna que o delator anotou os repasses ilegais.