Início Saiu na imprensa A intrincada teia do petróleo e das doações

A intrincada teia do petróleo e das doações

A campanha presidencial de Dilma Rousseff recebeu da empresa nacional Tractebel, que vende energia no Brasil, R$ 1 milhão durante a corrida eleitoral de 2010. Outros R$ 550 mil foram repassados ao comitê financeiro do PT. Quatro anos antes, Dilma deu aval para a Petrobras comprar a refinaria de Pasadena, no Texas, até então pertencente à empresa belga Astra Oil, ocasionando um prejuízo bilionário ao Brasil. A Tractebel, uma companhia com sede em Florianópolis, é controlada pela francesa do setor de energia GDF Suez. O bilionário empresário belga Albert Frère, que controla a Astra Oil por meio da Transcor Astra Group, é também um dos acionistas da gigante mundial da França. No site oficial da GDF Suez, empresa líder do consórcio para construção da Usina Hidrelétrica de Jirau, em Rondônia, uma das maiores obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), Frère aparece como membro do conselho e diretor independente. De acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a Tractebel doou R$ 1 milhão, em duas parcelas de R$ 500 mil, diretamente ao comitê financeiro nacional da campanha de Dilma Rousseff. O restante, em três parcelas de R$ 250 mil, R$ 200 mil e R$ 100 mil, foram repassados ao comitê financeiro único do PT de Rondônia e de Santa Catarina e, ainda, à direção nacional do partido. O candidato a presidente da república do PSDB em 2010, José Serra, recebeu metade do valor doado diretamente pela Tractebel à campanha de Dilma Rousseff. Nas eleições de 2006, a mesma empresa repassou R$ 300 mil para a campanha do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Nenhum outro candidato ao Planalto na época recebeu recursos da empresa. Em 2005, o belga Albert Frère comprou a refinaria de Pasadena por US$ 42,5 milhões e vendeu metade à Petrobras, no ano seguinte, por US$ 360 milhões. Na época, Dilma era ministra de Minas e Energia e presidia o conselho de administração da Petrobras. O jornal O Estado de S.Paulo revelou que a presidente deu sinal verde para a compra da refinaria. A Astra Oil recebeu também mais US$ 820,5 milhões referentes à outra metade da refinaria. Uma cláusula no contrato, chamada de put option, a qual Dilmaalegou desconhecer, estabelecia que um deveria comprar a parte do outro em caso de litígio entre os sócios.

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