É desconcertante, para um cidadão sério, ver pessoas responsáveis, como devem ser os altos funcionários do governo, defenderem ideias disparatadas e serem forçadas a renegá-las, assim que fica óbvio seu caráter despropositado. Foi o que ocorreu com esse lamentável episódio protagonizado pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, a propósito da aplicação de normas conhecidas há anos para aumentar a segurança dos automóveis nacionais.
Desde 2009, era sabido – sobretudo pelas montadoras, pelas indústrias de autopeças, além dos consumidores interessados em sua segurança pessoal – que, a partir de 1.º de janeiro de 2014, todos os veículos nacionais devem sair das fábricas obrigatoriamente equipados com airbags (bolsas que se inflam em milésimos de segundos em caso de colisão a mais de 16 quilômetros por hora) e sistema de freios ABS (que, em freadas bruscas, evita o travamento das rodas e que o condutor perca o controle do veículo).