Contrariando as imagens e informações sobre a situação dramática vivida pela população na Venezuela, de repressão, violência e escassez de produtos básicos, o assessor especial da Presidência para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, criticou a imprensa e defendeu o governo do presidente venezuelano, Nicolás Maduro. Em entrevista ao jornal Estado de S. Paulo, Garcia reagiu às cobranças para que o Brasil seja mais firme em relação a Maduro.
Garcia esteve recentemente na Venezuela e afirmou que há uma “valorização midiática” dos confrontos. “O país não parou, as coisas estão funcionando”, disse ele. Segundo o assessor, o objetivo é fazer crer que Nicolás Maduro tem a situação sob controle e que as manifestações só são consideradas importantes pelos “veículos de comunicação internacionais”.
O número de mortos em um mês de protestos ultrapassou 20 e há numerosas denúncias de violações de direitos humanos por parte das forças governistas.
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e mais três ex-chefes de Estado publicaram uma carta, na qual criticaram a “repressão desmedida” contra “manifestações estudantis de protesto pacífico”, mencionando com preocupação os testemunhos de “tortura e tratamento desumano e degradante por parte de autoridades”.
Alheio às cobranças, Maduro rompeu relações com o Panamá porque o governo panamenho sugeriu uma reunião da Organização dos Estados Americanos (OEA) para discutir a situação na Venezuela.
