Em sua mensagem de fim de ano aos brasileiros a presidente Dilma Rousseff responsabilizou “alguns setores” por uma “guerra psicológica” que retrai, inibe e retarda investimentos no País. Dilma não identificou esses “setores”, mas sua equipe econômica se encarrega de fazê-lo sempre que divulga algum resultado desfavorável às metas e aos desejos do governo: são analistas, empresários, economistas, investidores, a imprensa e quem mais se ocupe em avaliar a conjuntura da economia. Na última quinta-feira foi o caso do resultado da balança comercial, o pior em 13 anos. A ele vamos voltar no final deste texto.
São os empedernidos “pessimistas” os verdadeiros culpados pelo déficit nas contas públicas, pela retração dos investimentos, pelo baixo crescimento econômico, pela inflação alta, pela degradação da balança comercial, pelos maus resultados da Petrobrás e da Eletrobrás, pelo fracasso em licitações públicas, etc., etc. Nessa procissão dos contra certamente estão incluídos dois conselheiros de Dilma (já eram de Lula) que com ela costumam trocar ideias: os economistas Luiz Gonzaga Belluzzo e Delfim Netto, que têm criticado publicamente a inflação, o desempenho externo, os truques para fechar as contas públicas, ações do governo na Petrobrás, etc., etc.