Fonte: Folha de São Paulo
O Banco Central reduziu nesta quinta-feira (28) sua projeção para o PIB (Produto Interno Bruto, soma de todas as riquezas produzidas no país) de 3,5% para 2,5%. As informações foram divulgadas no Relatório de Inflação da autoridade monetária.
Na última segunda-feira, o mercado reduziu pela sétima semana a estimativa para o PIB, de acordo com divulgação do Banco Central do boletim Focus. Na ocasião, a previsão do mercado para o PIB de 2012 foi reduzida de 2,30%, na semana anterior, para 2,18% hoje. Para 2013, a estimativa também foi alterada, passando de 4,25%, na semana anterior, para 4,20% hoje.
O diretor de política econômica do BC, Carlos Hamilton Araújo, diz ver taxas de crescimento crescentes ao longo dos próximos trimestres. “Nossa projeção [de crescimento de 2,5% do PIB] considera essencialmente dois pontos. Primeiro, o resultado do primeiro trimestre, que veio fraco. A agricultura, por exemplo, caiu 8,5%. Em segundo lugar, como já destacamos em outros documentos, a recuperação da economia tem se dado de forma bastante gradual.”
O ritmo baixo da atividade vem preocupando fortemente o governo desde o início deste ano. Para combater a desaceleração da economia, o governo vem adotando sistematicamente medidas para incentivar a produção e consumo, como o pacote de compras governamentais de R$ 6,6 bilhões anunciado ontem.
INFLAÇÃO
A previsão do BC para a inflação oficial no final deste ano também foi alterada, de 4,4% para 4,7%, acima da meta de 4,5%. No final de 2013, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) estará em 5%, afirma o BC (a projeção anterior era de 5,2%).
“A inflação ainda está alta em parte porque, apesar de a atividade econômica no Brasil ter sido bem moderada no passado recente, estamos longe [em termos de crescimento] de outras economias onde a taxa de inflação está muito mais baixa”, disse Araújo. “Outro ponto é que temos uma fragilidade econômica assimétrica, que atinge apenas alguns setores da economia. Alguns preços em serviços, que é um mercado que está muito aquecido, por exemplo, fazem com que a inflação se torne bastante resistente.”
O relatório destaca que as projeções de inflação e de crescimento do PIB divulgadas não são pontuais. “Elas explicitam intervalos de probabilidade que ressaltam o grau de incerteza presente.”
Ontem, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que o PIB crescerá pelo menos 2,5% em 2012.
Mantega, que no final do mês passado falou em um crescimento de 4% da economia neste ano, deu a declaração depois do anúncio de um pacote de compras governamentais para estímulo da economia de R$ 6,6 bilhões além do previsto no Orçamento –no total, serão R$ 8,4 bilhões.