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Dilma, a Petrobrás e o Titicaca

Em mais um discurso cheio de som e fúria, a presidente Dilma Rousseff prometeu manter dois erros muito custosos da política do petróleo – a exigência de conteúdo nacional nos insumos e equipamentos e a participação da Petrobrás em todas as concessões. Os fãs da presidente podem, portanto, ficar sossegados, pois assim ela parece demonstrar coerência com o que prometeu na campanha pela reeleição. Dilma só descumpriu promessas eleitorais, aceitando um programa de ajuste das contas públicas, por incontornável necessidade. Mas nunca reconheceu a péssima gestão financeira de seu governo e continua atribuindo os males do Brasil a fatores externos. Com a mesma coerência perversa, insiste no equívoco de sobrecarregar a Petrobrás, dificultando o cumprimento de suas missões essenciais como empresa petrolífera e como instrumento da política energética.

Para começar, a estatal nem tem respeitado os índices de nacionalização impostos por lei, como admitiu seu novo presidente, Aldemir Bendine, em depoimento no Senado no fim de abril. Membros da antiga diretoria já haviam reconhecido esse fato, mas o governo jamais cuidou da questão com pragmatismo. Os limites da capacidade técnica e operacional dos fornecedores são só uma parte do problema. Também seria preciso dar atenção aos custos, sempre importantes e ainda mais no caso de uma empresa envolvida na complexa e caríssima exploração do pré-sal. Todo gasto além do necessário pode atrapalhar o plano de investimentos na verdadeira função estratégica da Petrobrás. Leia AQUI

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