Deputado Federal por três mandatos, Antônio Duarte Nogueira foi eleito prefeito de Ribeirão Preto em 2016, no momento em que a cidade passava por um dos piores momentos de sua história com crises políticas, financeiras e gerenciais se acumulando. O imenso desafio estimulou ainda mais o experiente Deputado Federal, filho do ex-prefeito Antônio Duarte Nogueira e para quem administrar a cidade constituía um sonho antigo.
“Como meu pai foi prefeito da cidade por duas vezes (1969-1973 e 1977-1983), frequentei o Palácio Rio Branco quando era mais jovem e acompanhei reuniões e decisões. Trabalhar neste mesmo local onde vivi ótimos momentos é uma emoção indescritível e, tenho certeza, insubstituível por qualquer outra, por melhor que possa parecer”, afirmou Nogueira em entrevista ao tucano.org.
A experiência de administrar a sétima maior cidade do Estado saiu do gabinete municipal e virou o livro “Administração Pública – Desafios e Soluções”. “Ao compartilhar a experiência, quero colaborar com atuais e futuros gestores que muitas vezes encontram cidades em situação extremamente difícil, como encontramos Ribeirão Preto em 2017”, justificou. Confira a entrevista do prefeito Duarte Nogueira:
O senhor lançou o livro “Administração Pública – Desafios e Soluções” relatando sua experiência de gestão ao longo do primeiro mandato à frente da Prefeitura de Ribeirão Preto. Qual seu objetivo ao transcrever essa experiência e qual o principal aprendizado que teve ao escrevê-lo?
O principal objetivo foi registrar e levar a outras pessoas o trabalho que fizemos ao longo de quatro anos de mandato, além de uma prestação de contas completa. Ao compartilhar a experiência, quero colaborar com atuais e futuros gestores que muitas vezes encontram cidades em situação extremamente difícil, como encontramos Ribeirão Preto em 2017. Aprendi que é possível colaborar com o futuro, não apenas com planejamento e ações, mas também com a oferta de aprendizado. Pude perceber ainda que aprendi muito com minha equipe, em todos os momentos da minha gestão e agora com a elaboração do livro.
O senhor relata muitas experiências que, além do ponto de vista técnico, abordam uma questão mais pessoal que é a tomada de decisão. Quando assumiu a prefeitura, em 2016, Ribeirão Preto era uma cidade arrasada e que requeria que fossem tomadas muitas decisões difíceis. Para o senhor, qual foi o momento mais emblemático e porquê?
O início foi muito emblemático. Foi preciso tomar decisões que poderiam desagradar muitas pessoas ou até muitos grupos e setores. Mas em todo momento me cerquei de boas informações técnicas e do pensamento que a cidade vale muito mais do que qualquer situação contrariada. E nunca me furtei de decidir, porque pior que decidir errado é não decidir, não dar um caminho para a solução dos problemas. Passado o mandato, vi que felizmente acertei muito mais do que errei. Certamente porque sempre obedeci minha intuição.
O senhor vem de uma família de políticos com forte ligação com a cidade. Qual a emoção de governar a cidade com a qual tem essa relação tão especial e qual o maior desafio que essa emoção impõe ao gestor?
Os desafios são muitos, mas a emoção é imensa. Um dos desafios é otrabalho contínuo, praticamente sem folga. O outro é ter que governar com recursos escassos, sempre aquém do que precisamos para fazer tudo que consideramos necessário. Mas tenho prazer em ser prefeito e poder servir a minha cidade. Preparei-me com afinco para administrar Ribeirão Preto. Como meu pai foi prefeito da cidade por duas vezes (1969-1973 e 1977-1983), frequentei o Palácio Rio Branco quando era mais jovem e acompanhei reuniões e decisões. Trabalhar neste mesmo local onde vivi ótimos momentos é uma emoção indescritível e, tenho certeza, insubstituível por qualquer outra, por melhor que possa parecer.
Seis anos e muita experiência depois daqueles primeiros dias de governo, em 2017, como resumiria a experiência de governar uma cidade e que dicas daria aos prefeitos em primeiro mandato ou àqueles que querem disputar uma eleição para o executivo?
Sempre digo que governar é escolher, priorizar. E que os problemas do Brasil são os problemas das cidades brasileiras. Resolvendo as questões locais, as estaduais e federais serão resolvidas. Por isso busquei resolver os nossos problemas com a urgência que eles requerem e dentro das condições possíveis. Foram anos de muito trabalho e dedicação, e principalmente de muitas vitórias. A minha dica principal é manter o equilíbrio fiscal. Executar o orçamento da forma mais rígida possível. E como é difícil aumentar receitas, o melhor a fazer é economizar, cortar despesas para gastar menos do que arrecada e manter as contas em ordem.
