Quando enfrentam crise, as empresas cortam gastos. Já a Petrobrás caminha por outra lógica. Conforme reportagem do Estado, “os gastos com publicidade da Petrobrás aumentaram 17% no primeiro semestre deste ano em comparação ao mesmo período do ano passado, saltando de R$ 132 milhões em 2013 para R$ 154 milhões nos seis primeiros meses de 2014”. Esse aumento se deve aos gastos dos meses de maio e junho, que alcançaram a média de R$ 46 milhões, quando nos três meses anteriores a média havia sido de R$ 15,5 milhões. Simplesmente triplicou.
O aumento coincide com um dos períodos mais críticos da história da estatal. Na mesma época em que triplicou os gastos com publicidade, a Petrobrás anunciava, no dia 9 de maio de 2014, um lucro líquido no primeiro trimestre de R$ 5,393 bilhões, ou uma queda de 30% em relação ao mesmo período de 2013. O resultado era principalmente consequência de dois fatores: uma decisão de negócio – o plano de demissões voluntárias tinha gerado um impacto negativo de R$ 1,6 bilhão – e uma decisão política, não da Petrobrás, mas do governo federal – a defasagem de preços de combustíveis, para “conter” a inflação. Com essa manobra nos preços, que só favorece a candidata à reeleição presidencial – e aumenta a expectativa de inflação futura -, a estatal perdeu nos três primeiros meses de 2014 o montante de R$ 4,8 bilhões na área de abastecimento. Com o consumo em expansão e uma queda na produção de petróleo – a Petrobrás tem, no governo Dilma, uma queda anual média de 1,5% na produção -, a estatal importa mais combustível, sofrendo com os preços administrados da gasolina e do diesel. A situação vem desde 2011, quando os preços internos se distanciaram dos internacionais. Leia AQUI.