Nas bordas da Operação Lava Jato, investigação que levou à lona as gigantes da construção nacional, uma crise financeira se alastra entre empreiteiras de médio porte responsáveis pelas principais obras de infraestrutura do País. A grita é geral entre construtoras que, embora não sejam alvos diretos das investigações de corrupção na Petrobrás, vivem um calvário financeiro causado pelo atraso de pagamentos de obras pelo governo federal.
De dezembro para cá, a empreiteira SA Paulista cortou sua folha de pagamento em um terço. Dos 4 mil funcionários, 1 mil foram demitidos nos últimos 90 dias. Os cortes se concentraram no Cinturão das Águas, projeto de transposição em andamento no Ceará. “Não temos opção. Estamos sem receber desde outubro. São mais de R$ 20 milhões em atraso, porque o Ministério da Integração não fez o repasse que devia ao governo estadual”, disse o diretor César Afrânio ao Estado. “Só nessa obra tivemos que dispensar 800 pessoas. Está tudo parado.”