Depois de segurar pagamentos no fim de 2013 para conseguir fechar as contas do ano, o governo acelerou os desembolsos nos primeiros dias de 2014. Segundo dados do Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (Siafi), obtidos pelo GLOBO com a assessoria técnica do DEM, a equipe econômica pagou quase R$ 27 bilhões dos chamados restos a pagar (despesas que são adiadas de um ano para o outro). Segundo os técnicos do partido, o valor elevado é indício de que o governo mexeu no fluxo de despesas do ano passado para ficar com mais recursos em caixa. Assim, teria sido possível alcançar a meta de superávit primário (economia para o pagamento de juros da dívida pública).
Para o governo central, essa economia ficou em R$ 75 bilhões, acima da meta de R$ 73 bilhões. Os R$ 27 bilhões desembolsados correspondem a 12,36% de um estoque de R$ 218,3 bilhões de restos a pagar. Como esses restos são pagamentos adiados de um ano para outro, ainda há ordens de 2011 sendo desembolsadas. Somente no ano passado, o Tesouro confirmou o adiamento do pagamento de R$ 33,5 bilhões para 2014.