O Brasil acaba de sair de uma das disputas eleitorais mais acirradas desde a redemocratização do País, em 1985. As urnas mostraram um País dividido. Não uma divisão geográfica, social, étnica, racial, econômica, mas uma divisão de pensamento, de percepção do presente e de projeto para o futuro. Enquanto 51% da população brasileira optaram pela continuidade das políticas públicas atuais, 48% saíram de suas casas com o propósito de externar seu descontentamento com o rumo que o Brasil tomou com as decisões equivocadas da presidente Dilma. Praticamente metade da população quer mudança.
Se o Brasil melhorou, piorou no governo Dilma e as perspectivas não são nada animadoras. As conquistas de outrora estão se desintegrando com a volta da inflação, com a carga tributária exagerada sobre a produção e o consumo, com o PIB anêmico e com a baixa taxa de investimento. Assim, o Brasil não cresce e a esperança de dias melhores desaparece por completo quando vemos na TV a presidente recomendar a uma economista formada e desempregada que ela deveria fazer um cursinho do Pronatec para se requalificar. Um absurdo como este deixa claro a visão estreita que Dilma tem da realidade deste País.
Como bem lembrou o candidato Aécio Neves durante a campanha eleitoral, quando o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso assumiu o governo, o País vivia o terror da hiperinflação, da moratória, era uma época em que ter telefone em casa era privilégio de poucas famílias. Quando saiu, entregou um País com inflação controlada, economia estabilizada, maior poder de compra dos salários graças ao Plano Real.
Durante o governo FHC, foram implementadas uma série de políticas sociais de transferência de renda para as populações mais pobres, por meio de programas como o bolsa-escola, o vale-gás e o bolsa-alimentação, que serviram de modelo para o bolsa-família tão explorado pelo PT nesta eleição.
A política de privatização de empresas estatais fez com que o Brasil tivesse um avanço significativo nas áreas de telefonia e de extração e comercialização de minérios, por exemplo. Se hoje 7 em cada 10 brasileiros têm um telefone celular é graças a estas mudanças.
Portanto, se o Brasil melhorou e ficou mais rico isso não é mérito exclusivo do PT, mas é uma conquista que tem de ser compartilhada com governos anteriores que tiveram a coragem de fazer as reformas que o País necessitava. Coragem que o PT não teve.
Se hoje somos uma nação mais rica, mais instruída, que distribui melhor suas riquezas e onde todos têm oportunidades é porque cada governo que passou deu sua contribuição. Isso não é mérito de um único partido nem de um único governo. Se fosse, não teria metade da população contra. Como diz o ditado popular, “o pior cego é aquele que não quer ver”.
O autor é presidente do Diretório do PSDB – Bauru