O impacto da inflação na vida das famílias brasileiras é uma das principais preocupações do candidato da Coligação Muda Brasil à Presidência da República, Aécio Neves. Em entrevista à GloboNews, nesta segunda-feira (11/08), Aécio se comprometeu a reduzir a inflação durante o seu mandato. “Estive essa semana nas margens do Rio Negro, me reuni com as donas de casa e elas me diziam: ‘O que eu comprava há um mês não compro hoje e sei que daqui a um mês já não vou comprar mais’. A inflação voltou a atormentar a vida de quem vive no Brasil”, contou Aécio.
Segundo o candidato, a redução da inflação será possível por meio da reversão das expectativas negativas com a economia, que também possibilitará a retomada dos investimentos. “Nós temos a capacidade, mais do que o atual governo, de gerar confiança no mercado. E crescimento, investimento e até inflação se movem muito em relação às expectativas pelo futuro, pelo que está por vir. Eu não tenho dúvidas de que, por termos sinalizado de todas as formas como respeitadores das regras, como não intervencionistas, um grupo político que respeita contratos, nós vamos criar um ambiente de estabilidade para a retomada do investimento. E a retomada do investimento vai ser a principal alavanca que vai ajudar o Brasil a superar suas dificuldades”, disse.
Aécio defendeu também a política do seguro-desemprego como um instrumento de defesa do trabalhador. Ele lembrou que este foi um dos benefícios criados pelo PSDB no governo de Fernando Henrique Cardoso. Aécio garantiu que não alterará as regras do benefício. “O que há hoje no seguro desemprego é uma péssima gestão. Essa péssima gestão vai ser corrigida com a profissionalização do setor público. Nós temos hoje um aparelhamento da máquina pública que desqualifica os resultados em todas as áreas. Existem excessos? Tenho informações que sim. Mas quero assumir o governo para ver de que contas são esses excessos, onde eles se dão”, afirmou.
Mais Médicos
Durante a entrevista, Aécio se comprometeu a aumentar os investimentos federais na saúde pública. Ele voltou a defender o programa Mais Médicos e afirmou que renovará o contrato dos médicos cubanos, se for necessário. “Enquanto houver necessidade, nós vamos renegociar esses contratos, mas não pagando 70% do valor ao governo de Cuba. Vamos renegociar esse valor com a força do governo brasileiro, pagando o que recebem médicos de outras partes do mundo. Falar em Mais médicos e não falar em mais saúde é um engodo. E isso é não levar a sério uma questão tão grave como essa.”
Aécio afirmou que seu governo vai investir muito mais em saúde pública do que vem sendo investido hoje e reiterou seu compromisso de criar uma carreira nacional de médicos. “Eu quero qualificar os médicos brasileiros que vão se formar. Eu quero criar uma carreira nacional dos médicos. Isso é essencial para que, assim como ocorre na magistratura, no Ministério Público, os médicos possam ir para determinadas comunidades e ao longo do tempo, pelo seu mérito, e pela qualidade de seu trabalho eles possam vir a ser promovidos para outras regiões.”