Homenageado na Câmara com duas medalhas, Lula fez um belíssimo discurso. O ponto alto foi a defesa que fez do Congresso e da atividade política. Disse que é preciso “aprofundar a democracia”. Algo que exige “a coragem de romper com a acomodação, com os velhos vícios e com o receio de mudar.” Parece ter descoberto o que faltou à sua Presidência de oito anos.
Mais cedo, no Senado, em outra sessão festiva, Lula rasgara seda para José Sarney, um político que chamava de “ladrão” no passado e que acolheu como aliado na Presidência, entregando-lhe nacos energéticos do Estado. A plateia teve a impressão de que será mais fácil distinguir partidos e ideologias na hora em que Lula decidir se fica dentro do saco ou fora dele.