O deputado federal Vanderlei Macris protocolou, na Câmara dos Deputados, pedido de abertura de CPI para investigar empréstimos suspeitos feitos pelo BNDES a outros países durante os governos petistas. O parlamentar reuniu 204 assinaturas em apoio ao pedido, acima do número mínimo de 171 necessário para ser protocolado. Na avaliação do tucano, uma comissão parlamentar de inquérito terá papel fundamental no sentido de abrir a caixa-preta do principal banco de fomento do país e desvendar transações suspeitas.
“Esperamos que essa caixa-preta realmente seja aberta e que seja dada transparência. Queremos efetivamente conhecer tudo aquilo que foi feito nesses anos com esses bilhões e bilhões de reais destinados a projetos fora do país, enquanto o Brasil precisava de tanta coisa na área da educação, da saúde, da segurança e que não foi feito”, apontou.
O pedido de criação da CPI diz que o colegiado deverá investigar a prática de atos ilícitos e irregulares no âmbito do BNDES ocorridas entre 2003 e 2015 e relacionados à internacionalização de empresas brasileiras e, em especial, a alteração, por decreto do ex-presidente Lula, do estatuto do banco para possibilitar que a entidade financiasse a aquisição de ativos e investimentos realizados por empresas de capital nacional no exterior.
O decreto nº 6.322, de 21 de dezembro de 2007, abriu tal possibilidade desde que houvesse contribuição para o desenvolvimento econômico e social do país. Macris afirma que isso beneficiou algumas das maiores empresas brasileiras e viabilizou inúmeras operações com países africanos e latinos envolvendo cifras bilionárias sem clareza sobre o real significado das transações e a efetiva indução do desenvolvimento brasileiro.
“Nesse momento temos uma boa oportunidade, pois temos um novo Parlamento e o país espera novidades positivas pela frente. Por isso vamos fazer essa CPI, para avaliar os contratos que foram feitos, com Cuba, Venezuela, países africanos e outras ditaduras alinhadas ao governo.”
O deputado Celso Sabino (PA) acredita que a investigação será fundamental para que os brasileiros tenham esclarecimentos em relação a transações que retiraram do Brasil recursos que poderiam ser usados em rodovias, portos e tantas outras áreas deficitárias do país. “Esse bilhões do BNDES investidos em Cuba, em Venezuela, sem dúvida nenhuma seriam muito bem-vindos aqui”, reforçou.
(Reportagem: Djan Moreno/ Foto: Alexssandro Loyola do PSDB na Câmara)