A presidente Dilma dizia recentemente que a hora de “fazer o diabo” é a hora das eleições. Subentende-se, para ganhar as eleições. Mas, no governo, não é para se fazer o diabo. É hora de apenas governar. E isso, acrescentou, exige prudência.
No que deu para entender, o raciocínio parece virtuoso. De fato, quando chega o momento da disputa eleitoral o governante teria, digamos, até o direito de aprontar loucuras em nome da vitória nas urnas. Mas não pode governar fazendo loucuras, pois o que o público mais quer do governante é sensatez, prudência.
O problema é que a conjuntura atual parece estar levando o governo a ter de “fazer o diabo” – seja isso o que for – para arrancar a economia do marasmo e para manter quase todo mundo feliz como vinha acontecendo. Só que essas coisas são um tanto quanto conflitantes. Por exemplo, arrancar a economia do marasmo exige investimentos, que são fruto de poupança – é preciso poupar para investir. E é preciso juro baixo. Mas juro baixo também estimula o consumo em detrimento da poupança. E cria o risco de gastos perdulários. Na verdade, é o que temos nos últimos anos, por influência e pressão do governo: muita gastança e poucos poupança e investimento. O resultado é essa dose de aumento do PIB, uma das menores da história econômica do Brasil. Leia AQUI