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O ciclo virtuoso da economia de São Paulo serve ao Brasil

Por João Doria

A economia paulista ingressou num novo ciclo virtuoso. Os dados consolidados do primeiro semestre deste ano falam por si:

• Crescimento de 15,1% no trimestre encerrado em junho sobre o mesmo período do ano passado. Essa é a força da recuperação econômica.

• Crescimento de 6,2% sobre janeiro de 2020, portanto, antes que o vírus paralisasse o mundo. Esse é um ganho real, mesmo com as dificuldades causadas pela pandemia.

• Maior crescimento nominal do PIB em quase 50 anos. Estimativa da Fundação Seade prevê aumento de 7,8% em 2021. É mais do que a retomada dos Estados Unidos, que devem crescer 7%, e do que os 6% previstos pelo FMI para a média mundial.

• Terceiro ano consecutivo de crescimento da economia paulista acima da média nacional. No ano passado, São Paulo cresceu 0,4% enquanto o Brasil perdeu 4,1%.

• Quase 500 mil novos empregos com carteira assinada no primeiro semestre, 31,8% do total do Brasil. Ou seja, serão mais de 1 milhão de empregos formais em São Paulo em 2021, já que o setor de serviços, o maior empregador, está acelerando a retomada. Provavelmente teremos a maior criação anual de empregos em mais de quatro décadas.

O fundamental é conhecer as causas desse novo ciclo de produção, de empregos e oportunidades. O Estado de São Paulo seguiu com as reformas estruturais e preservou a responsabilidade fiscal. Adotou medidas liberais para atrair empresas e investimentos. Implementou robusto programa de concessões e privatizações, que garantiu investimentos de mais de R$ 30 bilhões nos nove projetos já efetivados.

Criou 14 polos industriais e programas de modernização tecnológica, como o Centro Internacional de Tecnologia e Inovação (Citi). Abriu três escritórios internacionais – Xangai, Dubai e Munique – para fortalecer o intercâmbio comercial e de negócios.

São Paulo também ampliou cursos técnicos e profissionalizantes para conectar a escola ao mercado de trabalho. Agiu contra a pandemia e desenvolveu vacinas para ajudar o Brasil a vencer o novo coronavírus. Tomou todas essas atitudes com transparência, respeito, ética e segurança jurídica, assegurando um dos pilares de qualquer ciclo virtuoso: confiança no futuro.

Agora São Paulo colhe os frutos. O Estado tem hoje a maior obra de infraestrutura da América do Sul, a Linha 6-Laranja do Metrô, um investimento de R$ 15 bilhões. E fizemos a maior concessão rodoviária do Brasil, o lote Pi-Pa, Piracicaba-Panorama, um investimento de R$ 14 bilhões em 1.273 quilômetros de estradas, com geração de 7 mil empregos.

Temos o maior programa ambiental em curso no Brasil: a despoluição do Rio Pinheiros, investimento de R$ 2,5 bilhões do governo do Estado e mais R$ 1,5 bilhão da iniciativa privada. Mais de 4 mil empregos criados e 62% das 500 mil ligações à rede de saneamento já realizadas. O Metrô de São Paulo já ultrapassou os 100 quilômetros de linhas. E 25 mil empregos estão sendo criados pelo programa Novas Vicinais, com mais de 3 mil quilômetros de obras em 297 estradas pelo interior de São Paulo.

Nos dois primeiros anos de governo foram R$ 151 bilhões de investimentos privados anunciados em São Paulo. Estamos levando indústrias para o interior, como a fábrica da Bracell em Lençóis Paulista, investimento de R$ 8 bilhões, que vai gerar 7.500 empregos. Ou ainda a fábrica de pectina da Cargill em Bebedouro, com investimento de R$ 550 milhões.

Em 2021 batemos dois recordes em investimentos privados. Em maio, o Mercado Livre anunciou R$ 4 bilhões na sua plataforma de comércio eletrônico. É o maior aporte privado ao longo de um ano no Estado. E vai criar 5 mil empregos diretos apenas este ano.

A Equinor, da Noruega, anunciou investimentos de R$ 43 bilhões para exploração de óleo e gás na Bacia de Santos. É o maior investimento privado no Brasil para um único projeto. Ele começa já, gerando pelo menos 3 mil empregos diretos. Além disso, nunca São Paulo teve tantos novos empreendedores como agora. Em junho foram 26 mil novas empresas registradas na Junta Comercial, o maior número para um mês desde o início da série histórica, em 1998.

As políticas do governo do Estado puseram a roda da economia a girar. O novo ciclo virtuoso seguirá firme com medidas para reduzir desigualdades, como os programas de desenvolvimento regional Vale do Futuro e Pontal 2030. E também para ampliar oportunidades, como a criação de 230 mil vagas em cursos técnicos e profissionalizantes, além do crescimento de 200% no número de alunos em tempo integral na rede estadual de ensino.

Os resultados de São Paulo se devem a planejamento, qualidade da equipe, trabalho coordenado e objetivos claros. Os princípios que regem esse novo ciclo virtuoso precisam agora transpor as divisas do Estado. Eles são necessários para que o Brasil retome seu caminho de potência econômica, com democracia, geração de empregos, serviços públicos de qualidade, proteção social, empreendedorismo, inovação tecnológica e respeito ao meio ambiente.

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