O presidente do Instituto Teotônio Vilela (ITV), deputado Sebastião Madeira (MA), entrega nesta segunda-feira (31/07) ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso a cartilha FHC x Lula: a verdade dos números. O objetivo do documento de 48 páginas é “desmascarar a manipulação da opinião pública” promovida pelo governo Lula. Os cerca de 10 mil exemplares serão distribuídos a candidatos do partido e a militantes de todo o país.
GOLEADA
“Numa disputa limpa, realização contra realização, o governo FH vence por goleada”, dizem os deputados Sebastião Madeira e Xico Graziano (SP) na apresentação da cartilha. “O período de Fernando Henrique Cardoso será considerado, com certeza, o melhor da história republicana brasileira. No futuro, as realizações do governo tucano serão reconhecidas como um marco na história do país. A estabilidade da moeda, a rede de proteção social e a consagração da democracia será o tripé inesquecível da era de FH”, completam os tucanos.
O documento destaca, por exemplo, os benefícios proporcionados pelo Plano Real. Além de ter estabilizado a economia e derrubado a inflação, a iniciativa trouxe impactos positivos até na alimentação dos brasileiros, que puderam comer mais e melhor. Alimentos ricos em proteína, antes apenas sonho de consumo para milhões de pessoas, passaram a fazer parte da dieta diária. Houve aumento significativo na produção de carne de frango (86%), suína (57%) e bovina (35%). Os brasileiros de baixa renda também passaram a consumir mais derivados do leite como iogurtes (86%) e queijo (41%). Enquanto o governo tucano mudou a realidade das pessoas, a gestão petista ficou apenas no discurso e será lembrada pelo fracasso do Fome Zero.
A Saúde também foi área prioritária no governo tucano, como mostra o documento, que tem como lema “a verdade dos números contra o governo da mentira”. À frente do ministério, o hoje candidato do PSDB ao governo de São Paulo, José Serra, promoveu uma revolução reconhecida internacionalmente. Reduziu à metade o número de mortes em decorrência da aids com um amplo programa de prevenção e distribuição gratuita de medicamentos. Também aumentou em mais de 50 vezes o número de pessoas atendidas pelo Programa Saúde da Família, passando de 1,1 milhão para 54,9 milhões de pessoas em mais de 4,1 mil municípios.
A mortalidade infantil foi reduzida abaixo da meta estabelecida pela Organização das Nações Unidas, que era de 32 crianças mortas antes de completar um ano de idade para cada mil nascidas vivas. A taxa no Brasil caiu de 44,7 para 30,6. Enquanto isso, a marca do governo Lula é a promessa de construir farmácias populares – que não passou de jogada eleitoral – e o aumento da mortalidade de crianças indígenas.
Na Educação, enquanto o governo Lula contingenciou verbas e atrasou a adoção do Fundeb, o governo FH promoveu a universalização do ensino fundamental para as crianças de 7 a 14 anos. Quase nove milhões de crianças foram atendidas pelo Bolsa Escola. O número dá a dimensão do que a educação representa para o partido: 97% daquelas em idade escolar estavam matriculadas ao fim do governo. O número de alunos do ensino médio cresceu 77,5%, passando de 4,9 milhões para 8,7 milhões. Já o Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti) atendeu 809 mil crianças e reduziu em 26% o número de trabalhadores infantis.
Embora bem-sucedido, o programa não contou com apoio do governo Lula. O petista preferiu retirar recursos do Peti e repassá-los ao Bolsa Família. Ou seja, a atual gestão nem combateu devidamente o trabalho infantil nem estimulou a criação de empregos legais. Isso porque enquanto o governo do PSDB criou nove milhões empregos, o do PT ficou marcado pela promessa não cumprida de abrir dez milhões de postos de trabalho. Na atual gestão houve, na verdade, demissões e empobrecimento em razão do aumento do fechamento de vagas para quem ganha mais de três salários mínimos.
Com o PSDB no Planalto, o aumento do nível de empregos veio com o investimento no setor produtivo. A duplicação e a recuperação das rodovias brasileiras são um exemplo. Durante os anos de administração tucana, o percentual das estradas brasileiras consideradas ruins ou péssimas era de 1,5%. Sob Lula, 40% das estradas estão nessa situação. FHC também investiu pesado em construção civil, setor forte na geração de postos de trabalho, com um programa habitacional de R$ 28 bilhões. Dois milhões de famílias foram atendidas e 1,15 milhão de brasileiros ganharam casas pelo programa Habitar Brasil.
Enquanto FHC promoveu a agricultura e bateu recordes de produção com investimentos significativos na área, Lula deixará o governo com o epíteto de “praga da agricultura”. Nos anos do governo tucano a produção agrícola pulou de 81 milhões para 123,2 milhões de toneladas. Sob Lula a produção só fez cair até chegar a 113,9 milhões de toneladas. Uma redução de 7,7% no governo petista frente a um avanço de 33,3% no governo tucano. A área plantada, que já foi de 49 milhões, deve cair para 40 milhões. Graças aos juros altos e a valorização do real, os agricultores estão endividados: o PIB do setor deve amargar esse ano uma queda de R$ 10 bilhões. Ao mesmo tempo, os petistas permitiram um festival de invasões e conflitos no campo. O número de famílias assentadas ficou na metade do prometido e as invasões triplicaram, passando de 103 no governo FHC para 327 com Lula.
BRASIL NA LANTERNA
Mesmo com o cenário externo favorável, o governo Lula não conseguiu fazer a economia crescer. Com os juros reais mais altos do mundo, não sobrou dinheiro para o setor produtivo e para investir em áreas que deveriam ser prioridade de qualquer governo. Enquanto na gestão tucana a taxa real de juros anualizada era de 5,81%, na era Lula é de estratosféricos 12,64%. Com isso, o crescimento brasileiro têm sido pífio, apesar do cenário externo favorável. “O PT deixa o Brasil na lanterna”, atesta a cartilha. Em 2005, a economia brasileira só cresceu mais do que a do Haiti, país assolado pela guerra civil. Os juros altos fizeram a economia patinar, de um lado, e de outro provocaram uma explosão da dívida pública, que passou de R$ 1 trilhão. Na gestão passada, o aumento dessa dívida foi de R$ 182 bilhões, valor que atingiu R$ 356 bilhões no governo do PT.
Com os números apresentados, o PSDB derruba o discurso do “marco zero” sustentado por Lula: o velho e falso “nunca antes neste país”. Comportamento bem diferente tem FH, que reconhece os feitos de gestões anteriores e a impossibilidade de atender todas as demandas do país em oito anos de gestão. “Algumas transformações importantes começaram antes de meu governo, outras foram consolidadas por políticas que praticamos. Muitas, ainda, permaneceram a meio caminho, sem falar daquelas, que não são poucas, que precisariam ser realizadas para estarmos à altura do mundo, e que não podemos conduzir”, afirma o ex-presidente.
Fonte: Agência Tucana