Início Saiu na imprensa Palestras que renderam R$ 1 mi a Pimentel não existiram

Palestras que renderam R$ 1 mi a Pimentel não existiram

Revista Veja

Segundo jornal, o ministro não viajou a cidades-polo da indústria pela Fiemg

Ainda que a blindagem promovida pela base aliada em torno do ministro Fernando Pimentel – a mando da presidente Dilma Rousseff – esteja funcionando no Congresso, a situação do titular do Desenvolvimento tem se complicado a cada dia. Nesta quinta-feira, o jornal O Globo informa que as palestras na Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg) que renderam 1 milhão de reais ao ministro, na verdade, não aconteceram.

O jornal baseou-se em um levantamento feito com representantes da Fiemg em todo o estado de Minas – de acordo com as fontes ouvidas, Pimentel não viajou a nenhuma das cidades-polo da indústria para dar palestras em 2009. Nesse mesmo ano, sua consultoria P-21 fechou um contrato de 1 milhão de reais com a federação.

As palestras foram citadas pelo ex-presidente da Fiemg, Robson Andrade, para justificar o pagamento a Pimentel. O atual presidente da Confederação Nacional na Indústria (CNI) fez uma estranha tentativa de defesa do ministro. “Quanto vale um dia de conversa com a pessoa que tem conhecimento estratégico sobre como trabalhar com o governo?”, disse Andrade. De fato, custa caro.

O petista fez fortuna com a consultoria P-21 depois de deixar a prefeitura de Belo Horizonte, em 2009, e antes de assumir o ministério, em 2011. Entre os negócios obscuros da consultoria estão contratos com empresas que em seguida ganharam contratos milionários com a prefeitura da capital mineira, comandada por Márcio Lacerda (PSB), aliado de Pimentel.

Na quarta-feira, pela terceira vez em uma semana, a base governista conseguiu derrubar requerimento para que o ministro prestasse esclarecimentos sobre a a P-21. O requerimento apresentado pelo deputado Otavio Leite (PSDB-RJ) foi rejeitado. Na terça, os governistas barraram requerimento para ouvir Pimentel na Comissão de Meio Ambiente do Senado. O primeiro pedido de depoimento, também negado, foi apresentado no último dia 7, na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara. O governo espera que o caso do ministro esfrie com o recesso parlamentar e, com isso, Pimentel possa seguir no cargo.

O Planalto mandou um recado nesta segunda-feira aos governistas para que barrassem qualquer tentativa da oposição de aprovar pedido de depoimento de Pimentel no Congresso Nacional. Para a ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, o ministro já deu explicações “satisfatórias” sobre o caso.

 

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