O último balanço da Petrobrás, de acordo com matéria publicada no jornal Estado de S. Paulo, nesta segunda-feira (28), mostra que a empresa enfrentará o desafio de equacionar suas finanças nos próximos meses.
É que a disponibilidade de caixa da empresa despencou de R$ 72,7 bilhões ao fim do segundo trimestre para R$557,8 bilhões no resultado divulgado há três dias. A situação é agravada ainda com o pagamento de bônus de R$ 6 bilhões pelo campo de Libra que consumiria cerca de 10% dos recursos da petroleira.
Em entrevista ao jornal, Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infra Estrutura, prevê: .”Esses números mostram que a Petrobrás terá muita dificuldade de fechar suas contas no ano que vem. O resultado ruim complica novas captações. Sem falar que 2014 é um ano eleitoral e a empresa não terá aval do governo para aumentar o preço da gasolina”.
O deputado federal Vaz de Lima (PSDB-SP) atribui a situação da estatal a uma série de fatores, como a instrumentalização da empresa como mecanismo político e a má gestão. “O governo, para fazer gracinha para a população, evitando o aumento dos combustíveis, acaba gerando incerteza e insegurança para os cotistas e investidores”, destacou.
Segundo especialistas, o caixa da Petrobras sofrerá ainda mais com o pagamento do bônus pelo campo de Libra. O pagamento do bônus, de acordo com eles, é mais um fator de pressão que se soma à defasagem nos preços dos combustíveis ao plano de investimentos e à maior alavancagem da empresa.
“O que se observa é que os investidores estrangeiros passam a ter dúvidas sobre aplicar nas ações da empresa”, avaliou Vaz. “Todo o processo que cerca a Petrobras é problemático, pois ela que é marca do Brasil está sendo tratada como instrumento político pelo governo.”
Para o parlamentar, o preço da fatura será alto: “Nós teremos de pagar pelo prejuízo e o preço sairá mais alto do que parece”, advertiu.