O presidente da Federação Nacional dos Médicos, Geraldo Ferreira Filho, fez um relato franco e cru do cenário caótico nos serviços de emergência e urgência da rede pública de saúde e nos hospitais federais brasileiros, ao ser recebido em audiência pela presidente Dilma Rousseff. Depois do encontro, ele contou: “Falamos da degradação da rede de hospitais federais, mais marcadamente no Rio, onde se transformaram em verdadeiras pocilgas humanas e não têm a menor condição de dar atendimento à população. Atribuímos isso à perda de recursos humanos ao longo dos anos pelo achatamento salarial e pela perda de gratificações”.
Não há nenhuma novidade no aviso: há muito tempo, têm sido noticiados pelos meios de comunicação casos de mortes por falta de atendimento. A rotina trágica de salas de espera congestionadas, doentes deitados no piso dos corredores e longas filas para consultas ou até atendimentos de emergência tem sido flagrada no País inteiro. Em setembro de 2011, Gabriel Santos de Sales, de 21 anos, percorreu 88 quilômetros numa ambulância em busca de atendimento em hospitais públicos do Rio. Durante sete horas, foi levado para cinco unidades até conseguir ser atendido no Hospital Salgado Filho, no Méier. No mês seguinte, a funcionária pública Elisiane San Martins, de 34 anos, grávida de gêmeos, percorreu 534 quilômetros pelo interior do Estado do Rio Grande do Sul, com a bolsa rompida no sétimo mês de gestação, de Santa Vitória do Palmar até Novo Hamburgo, onde, afinal, atendida, deu à luz. Leia AQUI