De autoria do ex-deputado Ernandes Amorim, o PL 2589 pede a revisão da cassação dos políticos que perderam o mandato em consequência do caso que está sendo julgado pelo STF, conta Leandro Mazzini, na Coluna Esplanada
Mensaleiros tentam anistia na Câmara
Enquanto os ministros do STF discutem se condenarão ou não os réus da Ação Penal 470, o PT, PTB e PR tentam dar celeridade a um projeto de lei que anistia os mensaleiros na Câmara. A base governista aproveitou o recesso para driblar a oposição. O PL 2589 de 2007 foi distribuído em dezembro daquele ano, mas não vingou e foi arquivado. Um aliado de Valdemar da Costa Neto (PR), réu no STF, requereu o desarquivamento em dezembro do ano passado e a proposta chegou à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), onde aguarda relator.

Pai da criança
O projeto de anistia ‘aos cassados por quebra de decoro’ entre 2003 e 2006 é de autoria do ex-deputado Ernandes Amorim (PTB-RO), partido do réu Roberto Jefferson.
Suposto ajuste
Ao defender aliados, o ex-deputado deu outro nome ao mensalão: ‘Em virtude de suposto ajuste para manter ou obter apoio político ao governo federal’.
Cumplicidade
As tentativas nos recessos tiveram a anuência de dois petistas presidentes da Câmara. Arlindo Chinaglia (SP), em 2007, e Marco Maia (RS), ano passado.
A manobra
Para apressar a tramitação, o PT e o PR apensaram o PL em 2007 a um projeto de Neilton Mulim (PR-RJ), que proibia anistia a servidor demitido por corrupção. A ideia é boa, mas junto foi a armadilha da anistia a mensaleiros.
Tô fora!
Foi Mulim, o aliado de Costa Neto, quem requereu em dezembro a volta da proposição para a CCJ. Mas em meio ao julgamento do mensalão no STF, nenhum deputado teve a ousadia de pegar a relatoria.