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PT agora tenta adiar CPI do caso Cachoeira

O temor de que as investigações sobre o caso Carlinhos Cachoeira possam respingar em membros do partido ou do Palácio do Planalto fez integrantes do PT começarem a trabalhar pelo adiamento da CPI no Congresso.

Petistas dizem querer esperar o retorno do presidente do Congresso, José Sarney (PMDB-AP), para permitir que a comissão saia do papel. Sarney está internado em São Paulo após se submeter a cateterismo e angioplastia com a colocação de stent.

Na sua ausência, a deputada Rose de Freitas (PMDB-ES) poderia convocar uma sessão do Congresso para instalar a CPI por ser a primeira vice-presidente do Legislativo. Mas a estratégia é convencê-la a não instalar.

“O que terá de ser feito vai ser feito. Mas vou ouvir os líderes primeiro. Se quiserem a instalação imediata da comissão, eu vou fazer”, disse ela.

Integrantes da base de apoio da presidente Dilma Rousseff, temerosos do alcance da comissão, apostam que, com o adiamento, o clima pró-CPI pode esfriar.

No Rio, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho (PT), negou que Dilma esteja insatisfeita com a criação da CPI, como tem sido ventilado.

ESTRATÉGIA

Apesar de defender o retardamento das investigações, o PT nega intenção de barrar a CPI. A ordem é ganhar tempo para traçar um plano decidir a composição da comissão.

Com o adiamento, o partido também pode postergar a definição do relator da CPI.

Entre os cotados estão Odair Cunha (MG), Carlos Zaratini (SP), Paulo Teixeira (SP) e Henrique Fontana (RS). A ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais), responsável pela interlocução do governo com o Congresso, participa ativamente da escolha do nome.

O objetivo do Planalto é conter danos colaterais durante as investigações.

Os petistas querem restringir as investigações ao período 2009-2011 para evitar que o escândalo do mensalão, que veio à tona em 2005, volte a ser tratado em uma CPI.

Outra determinação é focar as ligações do empresário Carlos Cachoeira com membros da oposição.

Líder do PT na Câmara, Jilmar Tato (SP) disse não ser “razoável” ouvir o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT) — suspeito de ligação com Cachoeira.

E disse não ser necessário convocar o ex-ministro José Dirceu. Em 2004 foi divulgado vídeo em que Waldomiro Diniz, então assessor de Dirceu, cobrava propina de Cachoeira.

 

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